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Oito séculos atrás, os dominicanos mudaram a história. Hoje eles querem tentar de novo

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Chiara Santomiero - publicado em 06/11/15

150 mil leigos, 3 mil freiras e 6 mil frades seguem os passos de São Domingos de Gusmão

Oito séculos atrás, Domingos de Gusmão lançava um dos movimentos espirituais mais influentes da história do cristianismo. Seguindo os passos de Jesus, a Ordem dos Frades Pregadores queria reviver a experiência dos primeiros discípulos, que andavam pelos caminhos da Galileia para pregar em pobreza o amor de Deus.

Em 7 de novembro de 2015, na histórica sede de Santa Sabina, em Roma, a ordem dos dominicanos inicia um ano jubilar em memória das bulas promulgadas pelo papa Honório III em 1216 e 1217: por meio delas é que foi confirmada a fundação dos frades pregadores.

Aleteia teve a alegria de entrevistar o pe. Bruno Cadoré, mestre da ordem e 87º sucessor do santo fundador (cf. excerto do vídeo original da entrevista, em italiano, ao final do artigo). Ele recorda que São Domingos quis para os seus irmãos a oração, o estudo, a vida fraterna e a pobreza; o estudo, aliás, “não para que todos fossem sábios, mas para que a busca contínua da verdade que se encontra nas Escrituras plasmasse a sua humanidade”.

Os irmãos de São Domingos se espalharam pelo mundo inteiro. Hoje, a família dominicana tem 3 mil freiras em 209 conventos e 6 mil frades em 602 mosteiros, além de 150 mil leigos, juntamente com mais de 40 mil irmãs apostólicas, em 119 congregações.

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Vídeo de divulgação do Jubileu de 800 anos da Ordem dos Pregadores (versão em espanhol)

Os dominicanos representam uma parte importante da história da Igreja: mais de 130 santos, entre homens e mulheres, muitos deles doutores da Igreja; 4 papas, 75 cardeais, 150 arcebispos e centenas de bispos.

A igreja romana de Santa Sabina, no Aventino, foi doada a São Domingos em 1219 e é uma arca de tesouros

Não faltaram páginas escuras nessa história, como o período da Inquisição, em que um mal-entendido “orgulho de possuir a verdade” levou a se perder o sentido de uma fé que só pode ser “proposta, nunca imposta” – muito menos com a tortura e a violência.

Para entender o que significa hoje a “defesa da doutrina” e a sua relação com a pastoral, Cadoré convida a olhar para um dos filhos mais ilustres da ordem dominicana: Santo Tomás de Aquino. “Um grande teólogo”, destaca o mestre dos frades pregadores, “mas também um grande pregador: não há nada que ele tenha pensado e escrito na Summa Theologica que não tenha depois pregado para as pessoas comuns”. Defender a doutrina, portanto, significa “defender a capacidade da doutrina de ajudar a Igreja a falar com os outros sobre Deus”.

Hoje, assim como ontem, o carisma dos dominicanos se concentra na pregação, que tem de enfrentar o desafio do “novo continente” da internet, um mundo em que “a facilidade de comunicação envolve o risco, paradoxalmente, de isolar as pessoas”. Mas pregar, adverte Cadoré, não é apenas falar: é “encontrar, escutar, tentar compreender e conversar”.

A celebração de um ano jubilar traz sempre consigo balanços e propósitos para o futuro. O objetivo para os próximos 800 anos? Um desafio antigo e sempre novo: “Alcançar aqueles que ainda não conhecem Jesus”, escancarando as portas da ordem e da Igreja, tal como convida o papa Francisco.

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