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É verdade que foi proibido confessar-se durante a missa?

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Antonio Rizzolo - publicado em 17/11/15

Os especialistas em liturgia respondem à dúvida de um leitor

Pergunta do leitor:

Meu pároco proíbe as confissões durante a missa. Diz que isso distrai os fiéis da celebração e que é melhor procurar a confissão em outro momento. Eu entendo a posição dele, mas os compromissos cotidianos são muitos e só tenho tempo livre no domingo. Então, eu gostaria de saber se essa proibição imposta pelo meu pároco é comum a todas as paróquias. O que a Igreja ensina sobre isso?

Resposta:

O sacramento da Penitência é vivido no contexto de uma verdadeira celebração. É um encontro com Jesus que manifesta o rosto misericordioso do Pai.

Infelizmente, estamos acostumados a considerar este sacramento de maneira muito formal, quase como uma multa a ser paga para estar bem com a lei divina, uma obrigação para “consertar” a consciência.

Basta ler o rito da confissão para perceber que, inclusive na confissão individual dos pecados, dá-se uma verdadeira e própria celebração, que prevê a saudação inicial, a escuta da palavra de Deus, o agradecimento, a despedida – além do momento central da confissão e da absolvição dos pecados.

Além disso, é necessário recordar a centralidade da celebração eucarística na vida cristã. A Eucaristia é definida pelo Concílio Vaticano II como “fonte e cume da vida cristã” (LG 11). A missa tem uma importância primária e a ela devemos dedicar toda a atenção, participando ativa e conscientemente.

Está claro, portanto, que sobrepor a celebração dos sacramentos de alguma maneira acaba diminuindo ambos. Trata-se, no entanto, de dar a cada um o respeito que merece. É por isso que as normas da Igreja estabelecem que os fiéis sejam incentivados ao hábito de confessar-se fora da celebração da missa, preferivelmente em horários estabelecidos (Rito da Penitência, 13).

O ponto crucial está precisamente aqui, e é explicado assim: “A reconciliação dos penitentes pode ser celebrada qualquer dia e hora. Convém que os fiéis saibam o dia e a hora em que o sacerdote está disponível para o exercício deste ministério”.

Em princípio, o pároco tem razão, mas não basta dizer que a igreja está sempre aberta; é preciso estabelecer horários para a confissão dos penitentes, sem eliminar a possibilidade de buscar o sacramento a qualquer hora.

Sobre este ponto, os documentos eclesiais insistem muito. João Paulo II escreveu: “Todos os sacerdotes com faculdade de administrar o sacramento da Penitência, mostrem-se sempre e plenamente dispostos a administrá-lo todas as vezes que os fiéis o peçam razoavelmente” (Misericordia Dei, 1)

Existe também outro esclarecimento a ser feito: receber a confissão durante a missa não é proibido.

Se os fiéis precisarem, é lícito que um sacerdote disponível possa receber as confissões. De qualquer maneira, esta é uma exceção com relação à norma ideal. Do ponto de vista prático, quando se compreende o valor do sacramento da Reconciliação, bem como o da Eucaristia, não se torna um grande problema dedicar um tempo adequado para ir mais uma vez à igreja ou chegar um pouco antes da missa para poder se confessar.

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