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A Avenida dos Mártires termina na Praça da Reconciliação. Mera coincidência?

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Aleteia Brasil - publicado em 30/11/15

O sugestivo trajeto do papa Francisco na capital de um país destroçado pela guerra

A República Centro-Africana é um dos países mais ignorados do mundo em todos os sentidos. Para começar, muita gente sequer sabia que esse país existia. Embora devastado pela miséria e pela guerra civil, o país praticamente nunca é mencionado na grande mídia.

Foi a esse país ignorado que o papa Francisco viajou neste fim de semana, apesar dos muitos conselhos internacionais para cancelar a visita devido ao alto risco de atentados.

É óbvio que Francisco deu preferência aos centro-africanos e escolheu ir ao seu encontro. Em Bangui, a capital do atormentado país da periferia do mundo, o papa exortou a população a não cair na “tentação do medo do outro, do desconhecido, daquele que não faz parte do nosso grupo étnico, daquele não tem as nossas opiniões políticas ou a nossa confissão religiosa“.

Um discurso que não poderia ser mais válido também para nós, católicos ocidentais, dominados hoje por tantos “medos do outro, do desconhecido, daquele que não faz parte do nosso grupo étnico, daquele não tem as nossas opiniões políticas ou a nossa confissão religiosa” – como se não fosse precisamente a eles que Jesus nos enviou para anunciar a sua Boa Nova trazida a todas as nações.

O papa Francisco olhou para frente, não apenas para trás, e fez votos de que as eleições do próximo dia 27 de dezembro abram “um novo capítulo” na história da República Centro-Africana, país que, aos olhos do papa, “apesar das dificuldades, avança progressivamente para a normalização da vida política e social”.

Venho a esta terra pela primeira vez como peregrino da paz e apóstolo da esperança“, resumiu Francisco a sua viagem apostólica.

E o primeiro fruto da peregrinação da paz e da esperança do Santo Padre veio da resposta da presidente de transição do país, Catherine Samba Panza. Ela pediu perdão “por todo o mal” que os centro-africanos cometeram durante a sangrenta onda de violência iniciada em 2013 entre segmentos políticos do país, erroneamente interpretada pela mídia como uma onda de violência religiosa entre muçulmanos e não muçulmanos.

Uma coincidência muito curiosa marcou o trajeto do papa Francisco pela capital da República Centro-Africana. Ele seguiu pela avenida que leva do aeroporto de Bangui até a praça central onde a multidão o aguardava. O nome da avenida é Avenida dos Mártires. O nome da praça é Praça da Reconciliação.

Será mesmo “mera coincidência” que a Avenida dos Mártires só chegue ao fim na Praça da Reconciliação?

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