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Forças iraquianas têm importante vitória sobre Estado Islâmico em Ramadi

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Agências de Notícias - publicado em 28/12/15

Em várias cidades do país, os iraquianos já celebravam o que é considerado como uma vitória sobre o grupo radical

Os últimos combatentes do grupo Estado Islâmico (EI) deixaram neste domingo um complexo governamental estratégico de Ramadi, no que surge como uma importante vitória das forças iraquianas sobre os jihadistas nesta grande cidade do oeste de Bagdá.

“Todos os combatentes do Daesh (acrônimo em árabe do EI) partiram. Não há resistência”, declarou à AFP o porta-voz das forças de elite antiterroristas, Sabah al-Numan, informando que a região ainda precisa ser limpa das minas e armadilhas explosivas instaladas por militantes do EI antes de sua fuga.

O presidente do Parlamento, Salim al Juburi, saudou “os heróis das forças de segurança por esta vitória que libertou a cidade de Ramadi do terrorismo”.

O porta-voz da coalizão internacional contra o EI, Steve Warren, disse que este sucesso “é o resultado de meses de trabalho do Exército iraquiano, dos serviços de luta antiterrorista, da Força Aérea iraquiana, das polícias locais e federais e de todos os combatentes tribais, com o apoio de mais de 600 ataques aéreos da coalizão desde julho” passado.

Em várias cidades do país, os iraquianos já celebravam o que é considerado como uma vitória sobre o grupo radical.

As forças de elite antiterroristas e as tropas armadas, apoiadas por bombardeios do exército iraquiano e da coalizão comandada pelos Estados Unidos, tinham entrado com relativa facilidade na terça-feira nesta cidade, que caiu nas mãos do EI em maio.

Mas as centenas de armadilhas e artefatos explosivos instalados na cidade, combinados com ataques suicidas e de franco-atiradores, dificultaram a tomada completa da cidade seis dias depois do início da ofensiva.

Ramadi está situada 100 quilômetros a oeste de Bagdá e é a capital de Anbar, a maior província do Iraque, dividindo fronteira com Síria, Jordânia e Arábia Saudita.

Uma vitória nesta cidade pode recuperar a imagem do exército iraquiano, que recebeu muitas críticas depois de perder amplas faixas de território para os jihadistas em junho de 2014.

Embora o governo iraquiano não tenha divulgado um balanço oficial de baixas durante a operação em Ramadi, fontes médicas de Bagdá reportaram que 93 membros das forças iraquianas ficaram feridos e foram hospitalizados apenas neste domingo. Pelo menos cinco membros das forças de segurança morreram desde a sexta-feira, de acordo com várias fontes.

‘O mérito da vitória’

O mérito de uma vitória se “atribuirá às forças iraquianas”, avaliou o analista político Ihsan al Shammari. “É a primeira vez desde o início da ofensiva do Daesh que esta instituição obtém uma vitória sem o apoio das forças populares de mobilização”, os grupos paramilitares xiitas, acrescentou.

Por outro lado, segundo fontes militares iraquianas, mais de meia centena de jihadistas teriam morrido nas últimas 48 horas em Ramadi.

A coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos lançou 31 ataques a Ramadi ao longo da semana que termina.

Escudos humanos

A cifra de combatentes do EI que ainda resistiam na cidade era estimada em várias centenas na sexta-feira, mas dezenas morreram ou fugiram durante a ofensiva.

Antes de partir, eles encheram a cidade com explosivos – estradas, postos abandonados, casas -, o que exigiu a mobilização de especialistas em segurança e retardou o avanço das tropas.

Para escapar em segurança, o EI fez uso, também, de civis presentes na região como escudos humanos, segundo várias testemunhas.

“Os combatentes do Daesh forçaram todas as famílias que moravam perto do complexo a partir com eles para permitir-lhes fugir para a periferia leste de Ramadi”, relatou o encarregado do bairro de Jaldiya, Ali Dawood.

Os civis que conseguiram escapar explicaram que restava pouca comida para aqueles que ainda estão presos na cidade.

Dawood acrescentou que centenas de famílias conseguiram chegar a campos de refugiados na província, enquanto outras preferiram ir a Bagdá ou para a região autônoma do Curdistão iraquiano.

Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), os habitantes de Anbar representam um terço dos 3,2 milhões de iraquianos expulsos de seus lares desde junho de 2014.

As forças governamentais suportaram meses de ataques do EI a Ramadi até perdê-la definitivamente em maio de 2015.

A contra-ofensiva, não isenta de disputas em nível político, terminou com relativo sucesso: segundo o ministro da Defesa Khaled al-Obeidi, as forças iraquianas recuperaram metade do território perdido no ano passado.

Já o instituto especializado IHS Jane’s, com sede em Londres, estimou na semana passada que o EI tinha perdido este ano 14% do conjunto dos territórios conquistados em 2014 na Síria e no Iraque.

(AFP)

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