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Irã se reintegra à comunidade internacional após fim das sanções

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Agências de Notícias - publicado em 18/01/16

O acordo, assinado em julho com as grandes potências, foi oficializado com o aval da Agência Internacional de Energia Atômica

O presidente iraniano, Hassan Rohani, declarou neste domingo que é inaugurada uma nova página nas relações entre o Irã e o mundo, após a entrada em vigor do histórico acordo nuclear e o levantamento das sanções internacionais impostas durante anos ao seu país.

Este acordo, assinado em julho com as grandes potências, foi oficializado com o aval da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) – cujo chefe Yukiya Amano viajava neste domingo a Teerã – que certificou que o Irã cumpriu o combinado, ao garantir a natureza estritamente pacífica de seu programa nuclear.

Em um pronunciamento, o presidente americano, Barack Obama, se dirigiu neste domingo diretamente aos iranianos, convocando-os a “criar novos laços com o mundo”, e elogiou o avanço histórico que o acordo representa.

Paralelamente, o secretário americano de Estado, John Kerry, anunciou que os Estados Unidos devolverão ao Irã 400 milhões de dólares de dívida e 1,3 bilhão em juros, em cumprimento da decisão de um tribunal internacional, com independência em relação ao levantamento das sanções.

O acordo, negociado pelo Irã com o grupo de potências 5+1 (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha), é considerado um dos maiores êxitos da política internacional do presidente Obama e de seu colega Rohani.

Simultaneamente, ao calor deste acordo, Teerã e Washington esboçaram uma aproximação e anunciaram a libertação de quatro iranianos-americanos detidos no Irã, incluindo o jornalista do Washington Post Jason Rezaian, em troca de sete iranianos presos nos Estados Unidos.

“Nós, os iranianos, estendemos a mão ao mundo em sinal de paz e, deixando para trás todas as hostilidades, suspeitas e complôs, viramos uma nova página nas relações do Irã com o mundo”, declarou Rohani em uma mensagem à nação.

O acordo representa o início de uma aproximação entre Estados Unidos e Irã, que romperam suas relações em 1980. Mas também gera descontentamento entre os aliados tradicionais de Washington na região, como Arábia Saudita e Israel, que temem a influência da potência xiita.

“Hora de construir o país”

Além de tentar tranquilizar o exterior ao afirmar que “o Irã não é uma ameaça para nenhum país”, mas um “porta-voz da paz”, o presidente iraniano também quis calar críticas internas e destacou que “o acordo nuclear não representa a vitória de uma tendência política”, em uma mensagem aos meios ultraconservadores que se opõem a ele.

“Agora que as sanções foram levantadas é hora de construir o país”, acrescentou.

Rohani também afirmou que os que eram céticos sobre os benefícios do acordo nuclear “estavam equivocados”.

“Apenas algumas horas depois da entrada em vigor do acordo, mais de 1.000 linhas de crédito foram abertas por diferentes bancos (estrangeiros), o que prova que os céticos estavam todos errados”, disse em uma coletiva de imprensa.

As sanções internacionais afetaram gravemente a economia do Irã, um país de mais de 79 milhões de habitantes com grandes recursos petrolíferos e gasíferos.

Os meios econômicos internacionais estão prontos há vários meses para voltar ao Irã, que possui as quartas maiores reservas de petróleo do mundo e as segundas de gás. O Irã, um país da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), poderá voltar a exportar livremente seu petróleo.

Mas a perspectiva de um retorno do Irã a um mercado já saturado por uma oferta abundante, e com um preço do barril no chão, provocou neste domingo uma forte queda nas bolsas dos países petrolíferos do Golfo, em especial a da Arábia Saudita, a maior da região.

De qualquer forma, o acordo nuclear foi considerado em várias capitais uma vitória da diplomacia internacional, embora os Estados Unidos tenham destacado que permanecerão “vigilantes” para verificar que o Irã respeita seus compromissos nos próximos anos.

Neste domingo, o Tesouro americano anunciou novas sanções ligadas ao programa de mísseis balísticos de Teerã, dirigidas contra cinco cidadãos iranianos e uma rede de empresas.

(AFP)

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