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Mulheres refugiadas sofrem violência sexual durante êxodo, diz Anistia Internacional

<p>Mulheres em um acampamento para refugiados internos montado na cidade iraquiana de Aski Kalak</p>

Agências de Notícias - publicado em 19/01/16

O relatório tem como base relatos de 40 mulheres e meninas imigrantes oriundas de Iraque e Síria

As mulheres e meninas refugiadas que fogem para a Europa são alvo de violência sexual durante o percurso, incluindo assédio e exploração – é o que denuncia um relatório publicado nesta segunda-feira pela organização Anistia Internacional.

“As mulheres e meninas refugiadas sofrem violência, agressões, exploração e assédio sexual em todas as etapas de sua viagem, também em território europeu”, alertou a ONG em comunicado.

O relatório tem como base relatos de 40 mulheres e meninas imigrantes oriundas de Iraque e Síria, que chegaram a Alemanha e Noruega, após terem cruzado a Europa passando pela Grécia e pelos Bálcãs.

“Muitas denunciaram que, em quase todos os países por onde haviam passado, os traficantes, as equipes de segurança ou outros refugiados submeteram essas mulheres a maus-tratos físicos e exploração econômica, foram alvo de toques e carícias não consentidas e sofreram pressão para que mantivessem relações sexuais com eles”, disse o relatório.

Tirana Hassan, diretora do Programa de Resposta às crises da Anistia Internacional, destacou que estas mulheres deixaram seus países de origem para fugir da violência, mas desde o início de sua viagem começaram a sofrer novas agressões.

“Desde o mesmo momento em que começam a viagem, voltam a se ver expostas a sofrer violência e exploração, sem receber apoio ou proteção”, afirmou.

O relatório destacou que as mulheres e as meninas que viajam sozinhas e as que viajam apenas acompanhadas por seus filhos haviam se sentido especialmente ameaçadas nas zonas de trânsito e nos acampamentos da Hungria, Croácia e Grécia, onde se viram obrigadas a dormir no mesmo quarto de homens refugiados.

Uma iraquiana de 22 anos contou à organização que quando estava na Alemanha, um guarda que fazia a segurança do local ofereceu dar roupa em troca de “passar algum tempo sozinho” com ela.

“Num centro de acolhida da Alemanha, alguns refugiados ficavam olhando quando as mulheres iam ao banheiro. Algumas chegaram a adotar medidas extremas, como não comer nem tomar água para não precisar ir ao toalete, onde se sentiam inseguras”, apontou o documento, que pediu medidas firmes dos governos.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) estimou que em 2015 chegaram à Europa mais de 1 milhão de imigrantes, cinco vezes mais que no ano anterior.

(AFP)

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