O segredo para cumprir suas tarefas com eficácia e nunca mais deixar as coisas para a última hora
Esta é a Parte 2. Você não entenderá a Parte 2 se não leu a Parte 1 ainda. Aqui está a Parte 1.
Pro-cras-ti-na-ção (substantivo do latim procrastinatio, -onis): O ato de arruinar sua própria vida sem nenhuma razão aparente
Deixe-me começar dizendo que já me cansei de fazer ironias sobre lutar contra a procrastinação incapacitante enquanto escrevia textos sobre procrastinação e como superá-la. Passei as duas últimas semanas sendo esse cara, que atirou em seu próprio pé enquanto falava sobre cuidados ao lidar com armas, e pretendo voltar a ficar livre de ironias sobre procrastinação neste texto.
Algumas notas antes de começarmos:
- Não sou profissional em nada disso, só um procrastinador durante a vida toda que pensa sobre esse tema o tempo todo. Eu ainda estou totalmente em guerra com meus próprios hábitos, mas eu fiz algum progresso nas últimas semanas, e vou expressar meus pensamentos sobre o que deu certo para mim.
- Este texto foi publicado atrasado, não só porque levou dois mil anos para escrevê-lo, mas também porque decidi que a noite de segunda era um momento emergencial para abrir o Google Earth, flutuar poucas centenas sobre o ponto mais ao sul da Índia e percorrer todo o caminho pra cima na Índia até o ponto mais ao norte, para “ter uma melhor percepção da Índia”. Eu tenho problemas.
Certo, então semana passada nós mergulhamos na batalha diária que ocorre dentro do procrastinador para examinar a psicologia subjacente enquanto ela acontece. Mas esta semana, em que estamos na verdade tentando fazer algo em relação a isso, precisamos cavar ainda mais fundo. Vamos começar por tentar destrinchar a psicologia do procrastinador e ver qual realmente é a essência da coisa toda.
Nós sabemos sobre o Macaco da Gratificação Instantânea (a parte do seu cérebro que faz você procrastinar) e seu domínio sobre o Tomador de Decisões Racionais, mas o que está mesmo acontecendo ali?
O procrastinador tem o mal hábito, fronteiriço ao vício, de deixar o macaco vencer. Ele ainda pretende controlar o macaco, mas ele coloca nisso um esforço malogrado, usando os mesmos métodos que comprovadamente não funcionaram com ele ao longo de anos, e lá no fundo ele sabe que o macaco vai vencer. Ele jura mudar, mas o padrão apenas permanece o mesmo. Porque uma pessoa que é eficiente em outros aspectos da sua vida coloca nisso um esforço inútil e insuficiente repetidas vezes?
A resposta é que ele tem um auto-confiança incrivelmente baixa quando se trata dessa parte de sua vida, permitindo a si mesmo ser escravizado por uma profecia auto-realizável e autodestrutiva. Vamos chamar essa profecia auto-realizável de seu Enredo. O Enredo do procrastinador é mais ou menos assim:
Para os afazeres da minha vida, acabarei esperando até o último minuto, entrando em pânico e então nem farei o melhor trabalho que puder nem cruzarei os braços sem fazer coisa nenhuma. Para os afazeres da minha vida, vamos ser honestos, ou começarei algum e abandonarei no meio ou, mais provavelmente, nem chegarei perto de começar.
O problema do procrastinador é profundo, e para ele mudar é necessário algo mais do que “ser mais disciplinado” ou “mudar seus maus hábitos” – a raiz do problema está vinculada a seu Enredo, e seu Enredo é o que ele precisa mudar.
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Antes de falarmos sobre como mudar o Enredo, vamos examinar, concretamente, o que o procrastinador quer mesmo mudar. Com o que os hábitos corretos se parecem, e onde exatamente o procrastinador se dá mal?
Há dois componentes em ser hábil em realizar as coisas de uma maneira efetiva e saudável: planejar e fazer. Vamos começar com a mais fácil: