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Biscoitos em troca de sexo oral: como os soldados da ONU tratam as crianças que a ONU mente que protege

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Aleteia Brasil - publicado em 14/03/16

Hipócrita e ineficiente, imersa em ideologias relativistas e na cultura do descarte, a ONU fracassa clamorosamente na missão para a qual foi criada

Sob os disfarces da “defesa dos direitos humanos”, a ONU tem se ocupado há décadas em espalhar pelo mundo uma ideologia que pisoteia os direitos humanos mais básicos, a começar pelo mais óbvio de todos: o de nascer. Suas políticas abortistas são cadavericamente maquiadas com metáforas vazias de embasamento, como a dos “direitos sexuais e reprodutivos” – e impostas aos países pobres como chantagem em troca de ajudas econômicas. Boa parte do dinheiro que esbanja em supostos projetos de saúde pública servem para produzir material de apoio a pseudociências como a ideologia de gênero, e, enquanto se afunda em estratégias cada vez menos disfarçadas para impor ao mundo a sua ideologia relativista alinhada à cultura do descarte, a ONU vai se revelando cada vez mais inútil na missão teórica com que nasceu: a de garantir a paz no planeta. Nem os próprios membros do Conselho de Segurança, aliás, se importam mais em aparentar algum respeito à organização.

Um dos escândalos em que a ONU está envolvida é do tipo que, interpretando o seu papel de paladina dos direitos humanos, ela declara combater mais implacavelmente: os abusos sexuais. Abundam as denúncias desse crime contra burocratas, funcionários e soldados da organização.

São várias as ONGs que monitoram essas denúncias. Uma delas é a Code Blue, que acaba de publicar um comunicado bastante crítico, no qual questiona:

“O que a ONU fez, exatamente, diante das mais de mil denúncias de abuso sexual contra seus funcionários desde 2007? Debaixo da máscara de que toma alguma providência, o que realmente existe é a inércia“.

A Code Blue faz menção a um relatório da ONU divulgado na última sexta-feira, 11 de março. Em tese, o relatório faz parte da “nova política” da ONU de “dar nome aos bois” e “envergonhar publicamente” os responsáveis por tais crimes. Essa política teria sido adotada após mais um dos muitos escândalos envolvendo o abuso de crianças e adolescentes por parte dos “capacetes azuis“, os soldados das chamadas “missões de paz” (?) da organização. Os crimes que teriam impulsionado a nova “política de tolerância zero” da ONU foram cometidos na República Centro-Africana em 2014 e denunciados em 2015.

Em janeiro deste ano, um comunicado da ONU elaborado a partir de depoimentos recolhidos por membros da sua Comissão de Direitos Humanos trazia denúncias entre as quais podia ser lido o pavoroso relato de uma menina de 7 anos de idade, que contou ter feito sexo oral em soldados franceses em troca de uma garrafa de água e um pacote de biscoitos.

Uma menina de 7 anos de idade!

Uma menina de SETE ANOS de idade!

O informe da ONU divulgado na última sexta-feira e criticado pela Code Blue foi apresentado pelo secretário geral da entidade, Ban Ki-moon. O texto elenca 99 denúncias de abusos sexuais cometidos por soldados e funcionários da ONU em missões internacionais só no ano de 2015 – 19 casos a mais que os 80 registrados em 2014. Desses 99 abusos, 69 foram cometidos por soldados e 30 por funcionários de outros setores da organização.

A ONU também divulgou, pela primeira vez, os países em que foram feitas as denúncias: Alemanha, Burundi, Gana, Senegal, Eslováquia, Madagascar, Ruanda, República Democrática do Congo, Burkina Fasso, Camarões, Tanzânia, Níger, Moldávia, Togo, África do Sul, Benin, Nigéria e Gabão. Houve ainda denúncias contra funcionários da entidade em países europeus e no Canadá. A maioria dos abusos ocorreu na África, em particular na República Centro-Africana.

A organização faz recomendações gerais aos países para que apliquem a lei em defesa de seus cidadãos, mas, na prática, muito pouca coisa muda nas situações abomináveis que a ONU diz combater.

A ONG Human Rights Watch (que, diga-se de passagem, também comete a incoerência de pregar direitos enquanto defende o aborto livre) denunciou em fevereiro deste ano os abusos sexuais cometidos entre outubro e dezembro de 2015 contra ao menos oito mulheres e meninas na República Centro-Africana – o mesmo país em que havia eclodido em 2014 o escândalo de abuso de menores por parte de soldados franceses. Ou seja: apesar do escândalo, os crimes continuavam acontecendo.

Uma adolescente de 14 anos entrevistada pela Human Rights Watch relatou: “Eu passava pela base da Minusca (a missão da ONU) no aeroporto quando eles me atacaram. Os soldados estavam armados. Um segurou os meus braços e outro arrancou a minha roupa. Eles me jogaram num matagal e, enquanto um me segurava, o outro me estuprou“.

Outra jovem, de 18 anos, contou ter sido estuprada na República Democrática do Congo quando foi pedir alimentos na base da ONU.

DENÚNCIAS EM OUVIDOS SURDOS

Em dezembro de 2015, um painel independente acusou a ONU de grave negligência perante as denúncias de abusos sexuais cometidos por membros das suas missões ditas “de paz” e a criticou duramente por omitir providências diante de uma pesada lista de denúncias.

Estas acusações contra a ONU só chegaram à imprensa internacional porque Anders Kompass, funcionário da própria organização e cansado da inação da ONU, vazou para promotores públicos da França um relatório confidencial sobre as denúncias.

A ONG Code Blue criticou também o “comitê de especialistas” que a ONU criou para melhorar a sua atuação diante das denúncias. O comitê, porém, é formado pelos mesmos burocratas que nada fizeram quando as violações foram reveladas internamente. “Quando as raposas são encarregadas do galinheiro, o galinheiro está condenado“, sentenciou a Code Blue, que ainda citou uma frase do painel independente realizado após o escândalo na República Centro-Africana:

“O fato de o problema persistir, mesmo depois de inúmeros relatórios de especialistas designados pela ONU nos últimos dez anos, só serve para aumentar a percepção de que a ONU está mais preocupada com a retórica do que com a ação”.

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