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“Deus é misericórdia”: conheça os temas de meditação da via-crúcis com o papa Francisco no Coliseu

Papa Francisco Via Sacra Coliseu

Il Vaticanese

Aleteia Brasil - publicado em 24/03/16

As reflexões da via-crúcis neste Jubileu da Misericórdia foram compostas pelo cardeal Bassetti e nos falam da família, do drama dos refugiados e da perseguição contra os cristãos

Tornou-se tradição que, na Sexta-Feira Santa, o Santo Padre presida a oração da via-crúcis no Coliseu, em Roma. O imponente monumento, equivalente a um estádio de futebol de dois mil anos atrás, era local de martírio para os escravos, gladiadores e cristãos que a decadência moral absoluta do Império Romano atirava a feras selvagens, a fim de proporcionar aos “espectadores” um dos mais detestáveis e mórbidos “espetáculos” de que se tem registro em toda a longa história da abjeção humana.

Ali, nas ruínas em que o sangue dos mártires de Roma se tornava semente de novos cristãos, seremos guiados pelo papa Francisco em uma das mais pungentes devoções da nossa fé, também conhecida no Brasil como “via sacra”: a oração comunitária do povo de Deus que refaz o caminho seguido por Jesus desde a condenação à morte até sua deposição da cruz, já morto, para ser colocado no sepulcro de onde ressuscitará em toda a sua Glória.

O autor dos textos da via-crúcis deste ano é o cardeal italiano Gualtiero Bassetti, arcebispo de Perugia. Suas meditações, que serão lidas em voz alta em cada uma das estações da cruz, fazem menção ao Jubileu da Misericórdia e, em seu conjunto, trazem o título, precisamente, de “Deus é misericórdia“.

Conheça alguns dos temas abordados pelo cardeal Bassetti nas reflexões desta Sexta-Feira Santa:

FAMÍLIA

O cardeal nos recorda que a família é “a esperança e a dor da sociedade de hoje”. Esperança porque é o “lugar natural” em que um homem e uma mulher se amam e se entregam por inteiro um ao outro, abertos à geração da vida, e porque é também o “local primário da transmissão da fé”, como “Igreja doméstica”. E dor porque é martirizada por “feridas profundas que desfiguram a sua imagem”: a cultura do descarte, que tenta impedir os jovens de enxergar e investir na solidez segura de uma família que seja “para sempre”; as pressões desumanizantes do frenético ritmo de trabalho contemporâneo – ou a insegurança assombrosa da falta de emprego; e a desagregação do divórcio, cujas consequências se fazem sentir longamente para todas as pessoas ligadas ao núcleo familiar desfeito: pais e filhos, avós e netos e todos os parentes próximos.

MIGRANTES E REFUGIADOS

Apesar das notícias e imagens chocantes e diárias, ainda não há plena consciência da profundidade dilacerante deste drama de proporções históricas, que exige uma reação à altura da grande emergência humanitária que representa. A resposta passa pelas políticas realmente responsáveis e capazes de olhar para a dignidade humana, superando o escândalo da tentação de apenas fechar portas e construir muros.

CRISTÃOS PERSEGUIDOS

A 12ª estação da via-crúcis os descreve como mártires e “apóstolos do mundo contemporâneo”, destacando que a relação entre anúncio e martírio é uma forte característica dos séculos XX e XXI. O texto cita São Maximiliano Kolbe e Santa Teresa Benedita da Cruz, nome de religião da ex-ateia e judia convertida Edith Stein, mas a lista de mártires contém ainda milhares de cristãos, desconhecidos em sua maioria, testemunhas de Cristo com a própria vida em lugares do mundo atual nos quais se morre apenas por ser cristão. No entanto, recorda o cardeal, não podemos dar ouvidos àqueles que São João XXIII chamou de “profetas da desgraça que sempre anunciam o pior”, mas sim manter o olhar voltado para o Cristo crucificado que vence a morte com a ressurreição, escolhendo a atitude da “fé reta e esperança certa”, recomendada por São Francisco.

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