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Célula jihadista de Bruxelas queria atacar a França de novo

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citizenside.com

Agências de Notícias - publicado em 11/04/16

A célula jihadista de Bruxelas tinha como objetivo atacar de novo na França, mas, ao sentir-se cercada, decidiu de forma precipitada executar um atentado na capital belga, informaram os investigadores.

As revelações foram feitas depois de uma ampla operação antiterrorista e do indiciamento do suspeito chave, Mohamed Abrini, no caso dos atentados de 13 de novembro em Paris (130 mortos) e de 22 de março em Bruxelas (32 mortos).

A Procuradoria Federal confirmou que, a “partir de vários elementos da investigação, se deduz que o objetivo de grupo terrorista era atacar de novo a França”.

“Mas, quando se viram surpreendidos pelo rápido avanço da investigação, (a célula) decidiu finalmente e de forma urgente atacar em Bruxelas”, afirma um comunicado.

No dia 22 de março, dois atentados suicidas no aeroporto de Bruxelas-Zaventem e a ação de um homem-bomba em uma estação de metrô no coração da capital belga deixaram 32 mortos e centenas de feridos.

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, disse que estas informações são a “prova” de que “pesam sobre a França ameaças muito grandes”.

No final de março, Reda Kriket, francês de 34 anos, foi acusado em Paris depois de uma investigação sobre um plano de atentado “iminente”, que foi desbaratado na França.

Os acontecimentos se aceleraram após a detenção na sexta-feira em Bruxelas de Mohamed Abrini, belga-marroquino de 31 anos, amigo de infância de Salah Abdeslam, outro suspeito chave dos atentados, capturado em 18 de março também na capital belga.

Abrini, que já havia sido indiciado pelos atentados de novembro em Paris, foi acusado neste domingo por “assassinatos terroristas” na investigação dos ataques de março em Bruxelas.

Ele foi detido ao lado de outros três indivíduos e admitiu ser o terceiro homem do atentado no aeroporto de Bruxelas-Zaventem, o chamado “homem de chapéu”, que abandonou o local pouco antes dos ataques de dois homens-bomba.

Os investigadores suspeitam que Mohamed Abrini viajou de carro com Salah Abdeslam, último sobrevivente dos comandos que atacaram Paris, e seu irmão Brahim – que detonou sua carga explosiva nas ruas de Paris – duas vezes em 10 e 11 de novembro entre Bruxelas e Paris, pouco antes dos atentados.

De acordo com a Procuradoria belga, durante as viagens os três alugaram os esconderijos na região de Paris utilizados pelos comandos terroristas de 13 de novembro.

“Deve pagar”

No que diz respeito aos ataques em Bruxelas, os investigadores haviam conseguido estabelecer parte do percurso do “homem de chapéu”, do aeroporto, que abandonou a pé antes das explosões, até que desapareceu duas horas depois no centro da capital belga.

Mas fica a pergunta: Mohamed Abrini diz a verdade ao admitir que é o “homem do chapéu”?

“Isto não corresponde ao modo operacional do EI”, o grupo Estado Islâmico que reivindicou os atentados nas duas capitais, afirma o especialista belga em islamismo radical Peter Van Ostaeyen, que considera a possibilidade de uma mentira para proteger o restante da célula.

De acordo com o canal público belga RTBF, Osama Krayem, de 23 anos, detido no mesmo dia que Abrini e identificado como o segundo homem do atentado no metrô, também teria confessado e admitido que em 22 de março saiu de um apartamento em Etterbeek, em Bruxelas, ao lado de Khalid El Bakraoui.

Os dois homens foram filmados juntos poucos minutos antes de El Bakraoui detonar sua carga explosiva na estação de metrô de Maalbeek.

Os investigadores estariam procurando a mochila de Krayem, visível nas imagens das câmeras de segurança. Operações no sábado em Etterbeek não encontraram provas.

Os investigadores suspeitam que Salah Abdeslam buscou Krayem e o conhecido Amine Choukri em Ulm (Alemanha), em 3 de outubro, quando provavelmente haviam acabado de retornar da Síria.

Outros dois homens, Hervé B. M., um ruandês de 25 anos, e Bilal E. M., de 27, foram acusados no processo belga por terem ajudado Abrini e Krayem.

Ao mesmo tempo, o pai de Salah Abdeslam, principal suspeito dos ataques de Paris, espera que o filho fale à justiça, de acordo com uma entrevista transmitida pela rádio francesa Europe 1.

Ao sair da prisão de Brugges (Bélgica), onde o filho está detido, o homem de 67 anos disse esperar que “fale à justiça”.

“Quem faz algo deve pagar (…) espero que todo mundo fale”, afirmou.

(AFP)

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