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ONU retira feridos de cidades sitiadas na Síria e negociações continuam incertas

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Agências de Notícias - publicado em 21/04/16
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A ONU começou nesta quarta-feira uma operação de retirada de feridos e pessoas com problemas de saúde das localidades sírias controladas pelos rebeldes ou pelo governo e que se encontram sitiadas. Enquanto isso, o futuro das negociações de paz em Genebra continua incerto após a saída de parte da oposição.

A trégua impulsionada pelos Estados Unidos e pela Rússia, vigente desde 27 de fevereiro, também parece estar ameaçada após violações no acordo por parte do regime de Bashar Al Assad e dos rebeldes.

A operação de retirada faz parte de um plano de beneficiará cerca de 500 doentes e feridos de quatro cidades sitiadas, disse à AFP uma fonte da ONU em Damasco.

Em Nova York, o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, disse que entre as pessoas evacuadas há também familiares dos doentes.

O primeiro ônibus deixou a localidade rebelde de Zabadani, oeste de Damasco, com 15 jovens e 10 idosos a bordo, após o meio-dia, constatou um jornalista da AFP.

Uma fonte militar indicou que outras 225 pessoas seriam retiradas da localidade vizinha de Madaya.

Em Madaya, muitas pessoas morreram de fome pelo cerco dos rebeldes, que se tornou um dos símbolos do sofrimento da população durante o conflito, iniciado em 2011.

Ao mesmo tempo, um ônibus com feridos e suas famílias saía das localidades xiitas de Fua e Kafraya, rodeadas pelos rebeldes, na província de Idleb (noroeste da Síria), segundo uma fonte de segurança no terreno.

Negociações incertas

Em Genebra, as conversações de paz que procuravam uma saída negociada para a a guerra, que já provocou a morte de 270.000 pessoas, estão suspensas desde a saída da maioria dos negociadores do Alto Comitê de Negociações (ACN).

Esta coalizão, que reúne os grupos-chave da oposição, considera “inaceitável” continuar dialogando com Damasco, que responsabilizam pelo massacre de civis.

Os negociadores, porém, não fecharam todas as portas, e deixaram em Genebra uma equipe “técnica”.

Para o chefe negociador do governo, Jaafari, esta partida de parte dos opositores é uma coisa boa.

“Ao irem embora, retiram o principal obstáculo” para as negociações, apontou o embaixador da Síria na ONU, que acusou o ACN de ser formado por grupos “extremistas, terroristas e mercenários” pagos pela Arábia Saudita.

O Departamento de Estado disse que não concorda com esta interpretação.

“Não acreditamos (…) que a forma de avançar seja tirando a oposição das conversações (…), mas o contrário”, disse seu porta-voz John Kirby.

A oposição insiste na criação de um “órgão governamental de transição”, dotado com poderes executivos, do que Al Asad deve ficar fora.

Já Jaafari defende uma solução que passe pela formação de um governo de unidade nacional, mas não está disposto a negociar o futuro de Al Asad.

No terreno, o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), excluído da trégua, se apoderou de um dos bairros da cidade de Deir Ezor, no leste da Siria. Com este avanço, o grupo fica mais perto de controlar o aeroporto, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

A maioria da província de Deir Ezor se encontra nas mãos do EI desde 2014, com exceção de uma parte da capital provincial, que tem o mesmo nome. Esta última está em poder das forças governamentais e nela vivem 200.000 pessoas cercadas pelos jihadistas.

Por outro lado, na cidade de Alepo (norte), sete pessoas morreram em bombardeios do regime contra o bairro de Salahedin (leste), informou o OSDH.

(AFP)

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