O líder do principal partido islamita de Bangladesh, o Jamaat-e-Islami, será enforcado nos próximos dias, após a Suprema Corte confirmar, nesta quinta-feira, sua sentença à morte por crimes de guerra.
Motiur Rahman Nizami foi condenado por assassinato, estupro e por planejar a morte de intelectuais durante a guerra de independência de 1971.
“Estamos satisfeitos. Não há mais obstáculos para a execução, a menos que solicite o perdão do presidente e que ele o conceda”, declarou o procurador-geral Mahbubey Alam à AFP.
Um dos advogados do condenado informou que não pedirá o indulto presidencial.
As medidas de segurança foram reforçadas em Daca, a capital, que já está sob tensão pelos recentes assassinatos de ativistas, intelectuais e membros de minorias religiosas.
Três líderes do Jamaat e uma chefe do principal partido de oposição, o Partido Nacionalista de Bangladesh (BNP), foram executados desde 2013. Estas execuções provocaram distúrbios em que 500 pessoas morreram.
Jamaat-e-Islami considera que as acusações contra Nizami são falsas e visam desestabilizar os líderes do partido, aliado chave do BNP, e convocou uma greve geral para o domingo.
Nizami é chefe do Jamaat desde 2000 e foi ministro do governo apoiado pelos islamitas entre 2001 e 2006. A acusação estima que ele desempenhou um papel importante na criação da milícia islamita pró-paquistanesa Al Badr, que matou intelectuais, médicos e jornalistas durante o guerra de independência.
(AFP)