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O cântaro milagroso e a moeda de ouro

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Aleteia Brasil - publicado em 06/05/16

O sustento não depende só dos sonhos...

A velha arte de contar histórias tem um potencial educativo imenso: mediante relatos, personagens, figuras e eventos narrados com encanto, as crianças (e os adultos) conseguem captar mensagens que pareceriam “chatas” se fossem passadas de modo direto, imperativo. Jesus era Mestre inclusive nisso: as suas parábolas são vívidas, impactantes, inesquecíveis. Saber aproveitar o imenso tesouro dos contos, histórias e fábulas que a civilização foi armazenando ao longo do tempo é uma grande ferramenta para transmitir valores. Eis um breve exemplo.

* * *

Em Lar, na Pérsia, vivia outrora um pescador muito indolente.

Certo dia, quando dormia, como de costume, à sombra de uma árvore junto ao rio, assaltou-o um sonho que muito o impressionou.

Sonhou que encontrara um cântaro, no fundo do qual descobriu, com surpresa, uma moeda de ouro.

Sandeji – assim se chamava o pescador – mergulhou a mão e arrancou do fundo do cântaro o precioso achado. Qual não foi, porém, seu espanto, quando, ao repetir a operação, encontrou nova moeda igual à primeira!

Era milagroso o cântaro!

Debaixo de cada moeda que o pescador tirava, outra logo, nova e rutilante, lhe vinha ao alcance da mão.

Ao acordar, resolveu consultar um velho sacerdote que morava a dois passos e era perito em decifrar sonhos e visões.

Que significação teria aquele sonho original do cântaro milagroso?

Como explicar o estranho caso da moeda que ressurgia sempre, oferecendo-se à cobiça dos seus olhos e dos seus dedos?

– É fácil desvendar-se o mistério – respondeu o sacerdote. – Vai ao rio, atira a rede várias vezes e saberás, então, a significação do sonho!

Encheu-se o pescador de ânimo e foi ao rio.

Viu vários peixes que nadavam na corrente. Lançou, rápido, a rede e apanhou alguns.

Novos peixes surgiram no seio profundo das águas e o pescador teve a felicidade de os recolher.

Assim, trabalhando ativamente, conseguiu fazer, naquele dia, pesca mais abundante que a de um mês inteiro.

Um rico mercador que passava com seus ajudantes, corretores e escravos, ao ver os cestos do bom Sandeji repletos de lindos peixes, comprou-os todos por boa quantia.

Só então o pescador compreendeu a significação do sonho e o verdadeiro sentido das palavras do velho sacerdote.

O cântaro milagroso era, afinal, o rio de cujo seio tirava ele os peixes que se transformavam, a seguir, nas ambicionadas moedas de ouro.

Reparai bem, meninos da minha terra! Reparai bem! O trabalho honesto e bem orientado é um cântaro milagroso no fundo do qual brilham sempre mil moedas de ouro para o homem inteligente e ativo que as quiser ir buscar.

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Malba Tahan, Lendas do Céu e da Terra, via blog Almas Castelos

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