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A Catedral do Salvador sobre o Sangue Derramado: uma história de imperadores e anarquistas

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Daniel R. Esparza - publicado em 10/05/16

Chamada de “Igreja da Ressurreição de Cristo”, é também um museu do Estado que recorda o assassinato do imperador Alexander II

Embora seu nome oficial seja “Igreja da Ressurreição de Cristo”, esta catedral, localizada no coração de São Petersburgo, é mais conhecida como a “Catedral do Salvador sobre o Sangue Derramado”. Este nome não se refere à crucificação de Cristo, mas ao assassinato do imperador Alexander II.

Embora vigiasse cuidadosamente seu poder autocrático, e resistiu obstinadamente a todo aquele que impunha reformas que ele não queria realizar, Alexander II atuou por vários anos como um soberano constitucional.

Em 13 de março de 1881 o imperador estava indo, como todos os domingos, ao Quartel de Manège para supervisionar os regimentos da Guarda de Infantaria de Reserva e a Guarda Cazaminas. A carruagem em que viaja o imperador era um presente de Napoleão III de França, e foi acompanhada por seis cossacos (povo nativo russo), e mais um sentado ao lado do cocheiro. A estrada era a de sempre: através do Canal de Catarina e da Ponte Pevchesky, rodeada por calçadas estreitas em ambos os lados. Em uma das calçadas, envolto em um casaco preto, andava o jovem revolucionário Nikolai Rysakov.

Rysakov atirou uma bomba na carruagem do imperador, matando um dos cossacos, ferindo o cocheiro e pessoas que se aglomeravam para ver a passagem do imperador. Ele próprio foi ferido e foi capturado imediatamente. O imperador não sofreu nenhuma lesão: a carruagem era feita com um revestimento blindado.

Alexander III construiu a igreja no local do ataque, colocando o altar exatamente no lugar onde derramou o sangue de seu pai, na junção entre o Canal Griboedov e o Parque Mikhailovskij

O chefe da polícia, Dvorzhitsky, pediu ao imperador que deixasse a área imediatamente. Alexander II concordou, mas insistiu em sair da carruagem para ajudar os feridos do primeiro ataque. É nesse momento em que Ignati Grinevitski, militante do movimento Narodnaya Volya (“Vontade do Povo”) joga uma segunda bomba, desta vez, acerta o imperador, destruindo-lhe as duas pernas. Alexander foi transportado em um trenó para o Palácio de Inverno, deixando um rastro de sangue no caminho. Apesar dos esforços dos médicos, o imperador já havia perdido muito sangue, e morreu.

Seu filho, Alexander III, então, construiu esta igreja no lugar do ataque, colocando o altar exatamente no lugar onde derramara-se o sangue de seu pai, na junção entre o Canal Griboedov e o Parque Mikhailovskij. Sua clássica arquitetura russa também é o lugar de uma das mais impressionantes coleções de mosaicos da Europa, que se estende por mais de 7.500 metros quadrados no interior da catedral, representando não só cenas bíblicas, mas a história das monarquias dos imperadores russos.

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