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Ex-funcionário declara: Facebook censura notícias favoráveis à direita

Facebook censura fundação pontifícia

Getty Images

Aleteia Brasil - publicado em 12/05/16

Fluxo de destaques da rede social: "Não são as notícias mais populares. São só opiniões selecionadas subjetivamente por uma equipe".

“Uma das crenças mais sutis e perigosas da atualidade é a de que a internet e seus principais canais são neutros”, escreve Garrett Johnson no site Catholic Link. “Mas me parece que muitas pessoas, incluindo muitos católicos, continuam absorvendo uma grande quantidade de informações sem qualquer discernimento”.

O site Gizmodo publicou há poucos dias alguns depoimentos de ex-funcionários do Facebook.

Funcionários do Facebook removem regularmente do fluxo de destaques as postagens que interessam aos leitores conservadores. Esta afirmação foi feita por um ex-jornalista que trabalhou na empresa. Ele declarou que os funcionários impediram que fossem destacadas as notícias sobre políticos de direita como Mitt Romney e Rand Paul, além de outras questões abordadas pela perspectiva conservadora. Em outras palavras, quando algum assunto é “quente” no Facebook, seria preciso esclarecer que é quente “segundo os editores do Facebook”.

Há um problema básico na postura dos curadores de notícias. Essas pessoas “escrevem o título de cada tema, fazem um resumo da notícia em três linhas e escolhem uma imagem ou vídeo para anexar”. A ordem é escrever títulos neutros, preferir conteúdos já presentes no Facebook e escolher dentre fontes selecionadas (subjetivamente). Os curadores também têm a faculdade de “adicionar a uma lista negra os tópicos menos funcionais”, mas sem precisarem justificar a sua decisão. Em vez de critérios imparciais, portanto, o que há são escolhas cuidadosas, influenciadas por vários fatores subjetivos: os editores do Facebook tendem a excluir o que não é de seu próprio interesse ideológico.

“Dependendo da pessoa envolvida, o mesmo assunto podia tanto ser impulsionado quanto adicionado à lista negra”, declara o ex-funcionário, que pediu anonimato. Segundo o Catholic Link, trata-se de uma pessoa politicamente conservadora, uma das poucas com esse ponto de vista na equipe à qual pertencia. “Eu descobri que Mitt Romney, Glenn Beck e outras pessoas e temas conservadores populares não receberiam destaque no ‘feed’ de postagens”.

Um colega do ex-funcionário admitiu que a equipe tinha aversão a fontes políticas de direita. “Um preconceito puro e simples. Agia-se de forma subjetiva. Tudo dependia de quem era o responsável e do momento do dia”, prossegue o ex-funcionário.

Ao mesmo tempo, o Facebook tende a “impulsionar” o que é de seu interesse. Outros vários ex-funcionários da “seção news”, como era chamado internamente esse departamento do Facebook, afirmaram ao site Gizmodo que receberam instruções para destacar certos assuntos no fluxo principal, mesmo que não fossem postagens suficientemente populares. Esses mesmos funcionários eram instruídos a não incluir na seção de notícias em destaque nenhuma que fosse sobre o próprio Facebook.

Em outras palavras, a seção de notícias do Facebook funcionaria como uma redação normal, influenciada pelas preferências e preconceitos dos editores e da empresa. Adicionar o fator humano ao trabalho dos algoritmos não é ruim em si, mas entra em claro contraste com as declarações da própria empresa, que afirma listar “os assuntos mais populares do Facebook” quando, na verdade, lista aquilo que interessa aos seus editores.

Segundo o site Giornalettismo, um porta-voz do Facebook respondeu às acusações dizendo: “Levamos muito a sério as acusações de erros. O Facebook é uma plataforma para as pessoas e acolhe os pontos de vista de todas as tendências políticas. Os ‘trending topics’ mostram os temas e hashtags populares no Facebook. Existem rigorosas diretrizes para a equipe de revisão a fim de assegurar a coerência e a neutralidade. Essas diretrizes não permitem a supressão de opiniões políticas nem a priorização de um ponto de vista em relação a outro, ou de um órgão de imprensa em relação a outro. As diretrizes não impedem nenhum meio de comunicação de aparecer nos ‘trending topics’”.

“Tudo isto”, escreve Garrett Johnson no Catholic Link, “deve lembrar-nos de não confiar no Facebook como fonte principal de notícias e de ficar atentos ao fato de que a verdade nunca foi nem será fácil de se obter. A tecnologia e as mídias sociais nos dão muitas vezes a sensação de estar informados. Isto pode ser verdade até certo ponto, mas é mais provável que estejamos sendo mal informados”.

O Gizmodo conclui: “Os esforços do Facebook em brincar de jornalismo revelam que a empresa é muito mais semelhante a outros canais de informação do que se imaginava, além de indicarem que a rede está caindo rapidamente na irrelevância: trata-se de um grupo de profissionais com vagas inclinações de centro-esquerda. Acontece que aqueles que se colocam como reflexo natural da ‘voz do povo’ têm o poder de influenciar o que é visto por milhares de milhões de usuários”.

“Não eram notícias populares”, resume o ex-curador que revelou a prática de se omitirem as notícias conservadoras do fluxo de destaques. “Eram só opiniões”.

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