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Quando genros e noras não são aprovados pela família

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Caryn Rivadeneira - publicado em 16/05/16

Um bom relacionamento de genros/noras com sogros/sogras é mais importante para um casamento saudável do que você imagina

A maioria das horríveis histórias que ouvimos sobre sogras são o clichê da mãe dominadora que se queixa da sua nora – que ela não alimenta os filhos o suficiente, ou deixa a casa bagunçada, ou trabalha (ou não trabalha). Assim como essas histórias, existem também as questões de infelicidade da mãe sobre a escolha do marido da filha. Sua mãe não gosta (ou até mesmo odeia) o seu marido? Você não está sozinha.

E agora, a ciência nos diz o porquê: mães e filhas têm critérios muito diferentes quando se trata de escolher um bom marido (para a filha).

Acontece que as mulheres são geneticamente programadas para escolher certos traços em um potencial futuro marido, traços que poderão gerar filhos “bem-sucedidos”. Neste caso, “bem-sucedido” não significa ser o melhor da classe, mas biologicamente bem-sucedido. As mulheres escolhem parceiros em potencial, assim como o reino animal faz: com base na boa aparência e força muscular, porque nossos instintos nos dizem que estes homens são saudáveis e vão produzir crianças que irão sobreviver e prosperar.

Mães (e, como se vê, também as irmãs) procuram qualidades no genro que irão beneficiar a família toda. Elas querem mais que suas filhas se casem com homens confiáveis do que com os “bonitões”. Elas querem homens que ficarão ali por perto, que fornecerão garantias para toda família. É claro que mães querem bons maridos para suas filhas, mas também homens disponíveis para cuidar da família toda.

Os cientistas chamam isso de “efeito Julieta”, baseado em Romeu e Julieta, em que a mãe quer que sua filha se case com o homem de “boa” família, mas a filha tem olhos apenas para o arrojado Romeu.

Embora a tragédia de Romeu e Julieta possa ser extrema, o fato de genros e sogras não se darem bem é algo muito comum.

De acordo com Amber Mied, advogado de família no Arizona, “casamentos muitas vezes se encontram em crise por causa dessas situações. O tema mais comum é a ‘intromissão’: é o sogro que vem e se mete na construção da casa porque acha que o marido não dará conta; ou é a sogra que leva o bebê para seu primeiro corte de cabelo sem pedir aos pais (história verdadeira!); ou são os pais que fazem comentários depreciativos sobre o trabalho do seu genro para quem quiser ouvir.

Estas questões de “intromissão” podem causar estragos em toda a família – muitas vezes levando as crianças para os conflitos entre seus pais e avós, o que como Mied diz, “não é nada saudável”.

“Há uma forte probabilidade da relação entre sogros-sogras e genros-noras ter sido tensa desde o início. Um típico cenário é o cônjuge que aos olhos dos pais do(a) filho(a) nunca será ‘bom o suficiente’.

Esta é uma questão que Peter Semeyn, sacerdote de Chicago, observa com frequência.

Há uma razão para uma má tacada no golfe ser chamada de “tacada genro”, diz Semeyn. “Porque não é exatamente o que você tinha em mente. Os pais têm um ideal de com quem os seus filhos vão se casar. E isso quase nunca acontece – porque é um ideal”.

Mas mesmo que o conflito se arraste há anos, nem tudo está perdido, de acordo com Mied e Semeyn. Existem modos de tratar o problema.

Semeyn sugere que a filha conte para sua mãe (e pai) o quanto seu marido a respeita e cuida dela. “É importante para uma filha dizer: ‘aqui está o que eu vejo nele que você não reconhece’”.

Mas se o conflito já tiver chegado num nível “assustador”, é preciso procurar a ajuda de profissionais experientes. “O objetivo desses profissionais é minimizar os conflitos da melhor forma possível e dar aos pais as ferramentas para evitar o conflito”, diz Mied.

No aconselhamento, a família pode desenvolver listas de regras e limites entre sogros. Às vezes, essas “regras” significam esperar cinco minutos antes de fazer uma reclamação. Outras vezes significa estabelecer expectativas em torno das crianças – como uma filha não permitir que a mãe faça comentários desagradáveis sobre o pai das crianças quando elas estiverem ouvindo (nunca, de preferência).

Embora essas “regras” possam soar excessivamente exigentes, elas têm salvo casamentos. Um estudo sugere que muitos casamentos seriam salvos se cônjuges do sexo masculino se dessem bem com os sogros.

Em última análise, diz Semeyn, é útil fazer o caminho de volta ao início: Gênesis 2, 24, que diz: “Por isso o homem deixa seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, e eles se tornam uma só carne”.

Esta é uma grande “transição de relações” para todos, diz Semeyn. Por isso, um pouco de compreensão e a ajuda da graça podem significar realização e longevidade.

Caryn Rivadeneiraé autora de cinco livros e colunista da Her.meneutics e ThinkChristian. Ela vive em Chicago com seu marido, três filhos e um pitbull. Visite seu site: carynrivadeneira.com.

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