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“Homens de Preto”, “Homem-Aranha 2” e… o discernimento vocacional

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Pe. Zachary Burns - publicado em 19/05/16

Será que há filmes de Hollywood que remetem (secretamente) à vocação religiosa?

Quando comecei a discernir sobre a vocação à vida religiosa, três anos atrás, saí vasculhando o YouTube inteiro em busca de qualquer coisa que tivesse a ver com o processo de discernimento.

De vídeos promocionais de alta qualidade a soporíferas sessões de perguntas e respostas, entulhei o meu cérebro hesitante com todas as pistas digitais-espirituais que pude encontrar. Eu sentia que Deus estava me chamando à vida religiosa, mas ainda aninhava uma grande apreensão.

Algum tempo depois, zapeando pelos canais de filmes da televisão, topei com “Homem-Aranha 2”, um dos meus favoritos, e assisti à história de cabo a rabo. Enquanto iam subindo os créditos finais, eu já sabia que Deus me chamava mesmo a ser padre. Pois é: o Espírito Santo tinha trabalhado, como sempre, por meio das coisas mais comuns e banais do mundo.

E isso me fez pensar: será que há outros filmes de sucesso de Hollywood que também abordam temas relacionados com o discernimento vocacional?

Depois de um pouco de “brainstorm” pessoal e de algumas conversas com os meus irmãos, fiz uma lista de cinco filmes que eu recomendaria a quem está passando pelo processo de discernir a própria vocação religiosa.

Vou começar falando de dois deles.

CUIDADO: contém revelações sobre o enredo!

1) “Homens de Preto” (Men in Black)

Eu não sei se o diretor Barry Sonnenfeld queria fazer um filme de ficção científica sobre a vida religiosa, mas foi exatamente isso o que ele fez.

Aqui vai o básico da trama: depois de um encontro decisivo com o inexplicável, um policial (Will Smith) se confronta com a realidade de que o universo pode não ser o que parece… Indo atrás de um chamado mais profundo, ele deixa de lado o mundo que conhecia e se une a uma organização que passa os dias defendendo a Terra de inimigos em cuja existência a maioria das pessoas nem sequer acredita.

Como se os paralelismos com a vida religiosa não fossem inquietantes o suficiente, o nosso perspicaz herói não consegue completar a sua iniciação entre os misteriosos homens de preto até ser investido, por um superior, da última veste que passará a usar. Ah, e ele ganha também um novo nome: J. No fim, o personagem de Smith leva uma vida oculta e muitas vezes ingrata do ponto de vista humano: apesar de fazer parte deste mundo, ele não pertence mais a este mundo.

2) “Homem-Aranha 2” (Spider-Man 2)

Nesta sequência do aclamado filme da Marvel de 2004, Peter Parker, também conhecido como Homem-Aranha pelos mais íntimos, enfrenta um dilema bastante comum: ele descobre que é mais fácil ser uma pessoa normal do que um super-herói. Quem diria?

Depois de uma cena em que o herói está comendo um cachorro-quente em vez de combater o crime, Parker entende que os bandidos do mundo não vão ser combatidos por si próprios. Ele percebe que a vida normal tem seus benefícios, como trilhar o caminho do prestígio acadêmico e flertar com Kirsten Dunst, mas que é muito mais importante ser o homem que o destino quer que ele seja.

“Homem-Aranha 2” nos lembra que não somos nós que escolhemos a vocação: é a vocação que nos escolhe.

Como diz a tia May, “eu acho que existe um herói em todos nós, que nos mantém honestos, que nos dá força, nos torna nobres e, no fim, nos permite morrer com orgulho, mesmo que, às vezes, tenhamos que renunciar àquilo que mais queremos. Inclusive aos nossos sonhos“.

Na segunda parte deste breve texto, falarei da vocação nos filmes “O Senhor dos Anéis”, “Matrix” e “Star Wars”. Em breve!

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