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Sudário de Turim e de Oviedo “envolveram a mesma pessoa”, concluiu inquérito

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Ciência confirma a Igreja - publicado em 03/06/16

A investigação comparou as duas relíquias com base na Antropologia Forense e na Geometria

O Santo Sudário de Turim e o Sudário de Oviedo “quase com inteira certeza envolveram o cadáver da mesma pessoa”, concluiu uma investigação que comparou as duas relíquias com base na Antropologia Forense e na Geometria.

O trabalho foi realizado pelo doutor em Belas Artes e professor de Escultura da Universidade de Sevilha, Juan Manuel Miñarro, no contexto de um projeto do Centro Español de Sindonología (CES) sediado em Valencia, Espanha.

O professor Juan Manuel Miñarro ganhou celebridade criando imagens de Cristo de acordo com o Santo Sudário.

O professor Juan Manuel Miñarro ganhou celebridade criando imagens de Cristo de acordo com o Santo Sudário

O estudo acresce aquilo que é afirmado há séculos pela tradição: que os dois tecidos pertenceram ao mesmo personagem histórico: Jesus de Nazaré.

Também confirma que o Santo Sudário teria sido o lençol funerário que envolveu o Corpo de Jesus quando Ele foi depositado no sepulcro, enquanto o Sudário de Oviedo seria o tecido que cobriu seu rosto na Cruz logo após morrer.

Os dois tecidos seriam aqueles que São Pedro e São João acharam no sepulcro logo após a Ressurreição, segundo narra o Evangelho de São João (20, 1-9):

1. No primeiro dia que se seguia ao sábado, Maria Madalena foi ao sepulcro, de manhã cedo, quando ainda estava escuro. Viu a pedra removida do sepulcro.
2. Correu e foi dizer a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava: Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram!
3. Saiu então Pedro com aquele outro discípulo, e foram ao sepulcro.
4. Corriam juntos, mas aquele outro discípulo correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro.
5. Inclinou-se e viu ali os panos no chão, mas não entrou.
6. Chegou Simão Pedro que o seguia, entrou no sepulcro e viu os panos postos no chão.
7. Viu também o sudário que estivera sobre a cabeça de Jesus. Não estava, porém, com os panos, mas enrolado num lugar à parte.
8. Então entrou também o discípulo que havia chegado primeiro ao sepulcro. Viu e creu.
9. Em verdade, ainda não haviam entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dentre os mortos.

O professor Miñarro esclarece que a investigação “não prova por si só que essa pessoa seja exatamente Jesus Cristo, mas sim aponta muito claramente que esse é o caminho para demonstrar completamente que o Santo Sudário e o Sudário de Oviedo envolveram a cabeça do mesmo cadáver”, segundo ele explicou à agência Paraula.

A investigação identificou um número de coincidências entre ambas as relíquias que “supera com abundância o mínimo de pontos significativos ou de provas exigidas pela maioria dos sistemas judiciais do mundo para a identificação de pessoas, que é entre oito e doze, enquanto a nossa análise descobriu mais de vinte”.

As linhas craniométricas permitem identificar rostos. No caso do Homem do Sudário um rosto muito deformado pelas lesões

As linhas craniométricas permitem identificar rostos. No caso do Homem do Sudário um rosto muito deformado pelas lesões

A investigação registrou “importantíssimas coincidências” nas principais características morfológicas (tipo, tamanho e distâncias entre as pegadas), o número e a distribuição das manchas de sangue, as pegadas peculiares das diversas lesões registradas nos dois lençóis e as superfícies deformadas.

Há “pontos que evidenciam a compatibilidade entre ambos os lençóis” na parte da fronte, onde há restos de sangue, no dorso do nariz, no pômulo direito e no queixo, que “apresentam diversas contusões”.

Miñarro sublinha que os dois tecidos apresentam diferenças morfológicas, mas aquilo “que parece inquestionável é que os pontos onde jorrou sangue se correspondem totalmente”.

As diferenças morfológicas nos tecidos podem se explicar por que “o contato com elas foi diverso” do ponto de vista da duração, modo de aplicação e intensidade do contato da cabeça com cada um deles e pela “elasticidade própria dos tecidos de linho”.

A conclusão é que as coincidências “são tais que ficou muito difícil achar que se trate de pessoas diversas”, sublinhou Jorge Manuel Rodríguez, presidente do CES.

“Chegamos a um ponto em que parece absurdo perguntar se todas essas feridas, contusões, inchaços… poderiam coincidir ‘em virtude de algum azar’. A lógica nos exige pensar que estamos falando da mesma pessoa”, concluiu.

As técnicas utilizadas são as da geometria – para o reconhecimento e a aplicação dos pontos craniométricos e das líneas anatômicas – e as da Antropologia Forense, que é a especialidade da Medicina encarregada de identificar os restos humanos.

O professor Miñarro utilizou fotografias em tamanho real das duas relíquias e superpôs as imagens com a ajuda de raios laser, acetatos e um programa informático, seguindo um procedimento utilizado na investigação criminalista.

Sua investigação foi desenvolvida durante dois anos, apoiada em diversos estudos prévios do EDICES que o patrocinou, mas também em estudos de outros investigadores, como Giulio Ricci, considerado pioneiro na comparação entre o Santo Sudário de Turim e o Sudário de Oviedo.

O médico forense Alfonso Sánchez Hermosilla e o engenheiro Guillermo Heras, vice-presidente de Investigação do CES, acharam que, aproveitando as técnicas habituais da Criminalística, o professor Miñarro:

“pôde localizar os pontos craniométricos mais significativos nos dois lençóis, tarefa relativamente simples no caso do Santo Sudário de Turim, mas extremamente complexa no caso do Sudário de Oviedo. Isso lhe permitiu reconstituir as proporções antropométricas e craniométricas” dos dois”.

(via Ciência confirma Igreja)

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