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Os refugiados formam o 21º “país” mais populoso do mundo

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Francisco Vêneto - publicado em 21/06/16

Números que choram

Existem cerca de 200 países no mundo todo. Somente 12 superam a marca de 100 milhões de habitantes. Há outros 15 países que possuem de 50 a 100 milhões. A maioria dos países da Terra, cerca de 60% deles, possui, cada um, menos de 10 milhões de moradores. A maioria dos países tem menos habitantes que o Estado brasileiro do Rio Grande do Sul.

Este cenário torna ainda mais espantoso um dado chocante divulgado nesta semana: o número de pessoas refugiadas em nosso planeta atingiu a marca histórica de 65,3 milhões.

Se todas essas pessoas privadas do direito à própria pátria formassem uma nação, elas seriam o 21º país mais populoso do mundo.

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NÚMEROS QUE CHORAM

  • Existem mais refugiados em nosso planeta do que habitantes na Itália. O Reino Unido, um dos países mais populosos da Europa, tem menos habitantes do que a soma das pessoas que hoje vagam forçadamente pela face da Terra. A África do Sul, que é o quinto país mais populoso de todo o continente africano, tem 10 milhões de pessoas a menos que o “não-país” dos refugiados.
  • Dessa descomunal população vagante, a maioria, ou 40,8 milhões, é composta pelos chamados “deslocados internos”, ou seja, pessoas que foram forçadas a sair da própria casa e a se deslocar dentro dos seus países de origem. Os refugiados que tiveram de fugir para outros países somam 21,3 milhões de pessoas. Os 3,2 milhões restantes são os chamados “requerentes de asilo”, ou seja, a pequena parcela dos refugiados que está aguardando resposta para o seu pedido de refúgio em países industrializados. São estes últimos que constituem a face mais “midiática” do drama humanitário, já que eles formam as multidões que, nos últimos meses, têm chegado à Europa e, por conseguinte, às televisões e redes sociais do mundo todo. A grande maioria dos refugiados, no entanto, continua bastante invisível para o mundo ocidental, “confinada” a lugares mais distantes e, por isso mesmo, passível de ser mais facilmente ignorada.
  • 86% dos refugiados em todo o mundo estão em países de renda média ou baixa, perto das áreas de conflito. Este índice chega a 90% quando se incluem os refugiados palestinos sob os cuidados da UNRWA, organização do Sistema ONU dedicada exclusivamente a esta população.
  • Os países que mais recebem refugiados no mundo são a Turquia, o Paquistão e o Líbano, devido à proximidade das suas fronteiras com as áreas de origem da maioria dos refugiados: a Síria (4,9 milhões) e o Afeganistão (2,7 milhões). O terceiro país que mais “gera” refugiados é a Somália, com 1,1 milhão.
  • Os países com maior número de deslocados internos são Colômbia (6,9 milhões), a Síria (6,6 milhões) e o Iraque (4,4 milhões). O Iêmen, em 2015, foi o país que mais ocasionou novos deslocados internos: 2,5 milhões de pessoas, ou 9% da população.
  • Quanto aos 3,2 milhões de pedidos de refúgio, 2 milhões foram apresentados só em 2015. O país que mais recebeu pedidos de refúgio foi a Alemanha, com 441,9 mil. Em segundo lugar, os Estados Unidos receberam 172 mil pedidos, muitos deles de pessoas que fogem dos conflitos armados na América Central, em particular em El Salvador, Guatemala e Honduras.
  • As crianças representam 51% do total de refugiados no planeta – e é preocupante a quantidade delas que foram separadas dos pais e vagam sozinhas pelo mundo. Das solicitações de refúgio, 98,4 mil vieram de crianças desacompanhadas, o maior número já visto na história.
  • O Brasil abriga 8.731 refugiados de 79 nacionalidades, sendo 2.252 sírios. Os dados são do Comitê Nacional de Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça.
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