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Artilharia turca bombardeia posições do Estado Islâmico na Síria

<p>Os combatentes curdos ganharam espaço em Kobane, uma cidade curda na Síria perto da fronteira com a Turquia onde os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI), que tentam controlá-la, perderam 18 combatentes, anunciou nesta segunda-feira o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH)</p>

Agências de Notícias - publicado em 23/08/16

A artilharia turca bombardeou nesta terça-feira posições do grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, enquanto centenas de rebeldes sírios apoiados por Ancara preparam, do lado turco, uma ofensiva contra os extremistas.

A ofensiva está dirigida contra a localidade de Jarablos, último ponto de passagem controlado pelo EI na fronteira turco-síria.

Dois morteiros caíram na localidade turca de Karkamis (sudeste), perto da fronteira com a Síria e diante de Jarablos, sem deixar feridos, segundo a rede de informação CNN-Türk.

Em resposta, 60 morteiros da artilharia turca atingiram às 03h30 GMT (00h30 de Brasília) quatro posições do grupo EI em Jarablos, indicou esta rede.

Horas mais tarde, outros três foguetes disparados do território sírio atingiram a cidade fronteiriça de Kilis, sem deixar feridos, segundo a agência Anatolia. A artilharia turca também respondeu a estes disparos.

Estes bombardeios ocorrem enquanto centenas de rebeldes sírios apoiados por Ancara preparam no lado turco da fronteira uma ofensiva para tomar o controle de Jarablos, segundo fontes rebeldes e o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Com esta operação, a Turquia quer impedir que as milícias curdas tomem o controle desta localidade e, ao mesmo tempo, “abrir um corredor para os rebeldes moderados”, segundo um funcionário turco.

Rami Abdel Rahmane, diretor do OSDH, explicou à AFP que os bombardeios turcos querem “impedir o avanço das Forças Democráticas Sírias (FDS) a Jarablos” e impedir que os curdos ganhem mais posições na fronteira.

As FDS são uma aliança de combatentes curdos e de grupos armados árabes que lutam contra o EI.

Segundo o OSDH, um comandante curdo de Jarablos foi assassinado e os curdos acusaram os serviços secretos turcos do crime.

Na noite de segunda-feira, a artilharia já havia bombardeado posições desta milícia, da milícia curda PYD (Partido da União Democrática) e do EI no norte da Síria, informou a imprensa local.

A Turquia classifica o EI e o PYD de organizações terroristas e os combate apesar de seu aliado americano apoiar os curdos que lutam contra os extremistas na Síria.

Esta questão, assim como a extradição do ex-imã Fethullah Gülen, que as autoridades turcas afirmam que orquestrou o golpe de Estado frustrado de 15 de julho na Turquia, será tratada durante a visita do vice-presidente americano, Joe Biden, a Ancara na quarta-feira.

Gülen vive desde 1999 exilado nos Estados Unidos.

– ‘Nova página’ com a Síria –

Na noite de segunda-feira o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, convocou as potências envolvidas na crise síria – Rússia, Estados Unidos, Irã – a unir suas forças para “virar uma nova página” na Síria.

Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores, Mevlüt Cavusoglu, defendeu a necessidade de “limpar” de extremistas a fronteira turco-síria (900 km).

No último sábado um atentado na localidade turca de Gaziantep, perto da fronteira com a Síria, custou a vida de 54 pessoas que acompanhavam um casamento curdo, incluindo várias crianças.

Mas há uma grande confusão em torno dos autores do massacre.

“Ignoramos totalmente quem são os autores deste atentado. As informações sobre os autores deste atentado e o nome de sua organização são infelizmente inexatos”, declarou Yildirim.

Estas declarações de Yildirim contradizem o presidente Recep Tayyip Erdogan, que mencionou na véspera um jovem de entre 12 e 14 anos provavelmente do grupo EI como autor do mesmo.

Abdulkadir Selvi, editorialista do jornal Hurriyet, afirmou nesta terça-feira que este atentado havia sido cometido como forma de advertência antes da próxima ofensiva de Jarablos.

Yildirim disse no fim de semana que seu país queria um papel mais ativo no conflito sírio para impedir que a Síria fique dividida entre diferentes comunidades.

Enquanto isso, quase seis semanas depois do golpe frustrado, uma segunda reunião em um mês – fato inédito – do Conselho Militar supremo (YAS) foi realizada em Ancara para abordar a reestruturação atual do exército, cuja metade dos generais foram detidos ou destituídos.

Um total de 586 oficiais com patente de coronel passarão à reserva, anunciou o ministério da Defesa após a reunião.

(AFP)

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