As forças especiais iraquianas lançaram nesta terça-feira uma operação para retomar dos extremistas a cidade de Qayyarah, uma posição-chave antes da batalha de Mossul, um pouco mais ao norte, reduto do grupo Estado Islâmico no Iraque, segundo fontes militares.
Qayyarah está localizada na margem oeste do Tigre, 60 km ao sul de Mossul, última grande cidade nas mãos do EI no Iraque.
“A operação começou de madrugada com a participação dos serviços de contraterrorismo (CTS) e das forças armadas”, declarou à AFP o general Firas Bachar, porta-voz do comando de operações na província de Nínive, onde estão Qayyarah e Mossul.
A ofensiva tem o apoio da coalizão internacional sob comando americano, acrescentou.
“Qayyarah será limpa e a operação terminará rapidamente, o que reforçará nossos planos” para “a batalha final para libertar Mossul”, disse à AFP Sabah al Noma, porta-voz do CTS.
Noman também disse que os habitantes armados no interior da cidade haviam colaborado com as forças iraquianas no âmbito desta ofensiva, o que constitui um acontecimento muito incomum.
Nas últimas semanas, as forças iraquianas reforçaram posições em torno de Qayyarah, que deve servir de base estratégica para a batalha de Mossul, prevista para as próximas semanas.
Segundo o prefeito de Qayyarah, Saleh al Juburi, 15.000 civis estariam presos pelo EI na região de Qayyarah.
Juburi indicou que as forças do CTS avançam rapidamente em Qayyarah e já tomaram os principais locais da cidade, poucas horas após o lançamento da operação.
“A maioria dos combatentes do Daesh (acrônimo árabe do EI) morreram ou fugiram”, afirmou.
Depois de terem retomado em junho Fallujah, a oeste de Bagdá, as forças governamentais iraquianas têm Mossul em sua mira. Trata-se da segunda cidade do país e, de fato, da capital do EI no Iraque.
Mossul caiu nas mãos do EI em junho de 2014, no âmbito de uma ofensiva global deste grupo extremista em todo o país.
Antes do início dos combates, dois milhões de pessoas viviam em Mossul, enquanto atualmente, segundo várias estimativas da ONU e de outros organismos, cerca de um milhão seguem dentro da cidade.
– Um milhão de deslocados -A própria ONU advertiu nesta terça-feira que a ofensiva para recuperar Mossul das mãos do grupo EI pode gerar o maior e pior deslocamento de população em vários anos.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) afirmou que 200.000 iraquianos já foram obrigados a deixar suas casas desde março. E esta ofensiva contra Mossul, calcula o ACNUR, pode provocar uma nova onda de um milhão de refugiados.
“O pior está por vir”, declarou o representante do ACNUR no Iraque, Bruno Geddo, em um comunicado. “Segundo nossas previsões, isso pode provocar deslocamentos em massa em uma escala inédita no mundo em muitos anos”.
Mais de 3,4 milhões de pessoas precisaram abandonar suas casas no Iraque desde 2014.
(AFP)