Aleteia logoAleteia logoAleteia
Terça-feira 30 Maio |
Bem-aventurado Otão Neururer
Aleteia logo
Religião
separateurCreated with Sketch.

Como a Igreja sabe o dia do nascimento de Maria?

Virgin Mary © Thaagoon / Shutterstock – pt

Thaagoon / Shutterstock

Nos passos de Maria - publicado em 08/09/16

Todos os católicos celebram o aniversário de Nossa Senhora no dia 8 de setembro: descubra o motivo e participe da comemoração!

Hoje é aniversário de Maria, a escolhida de Deus e nossa Mãe querida! Participe da comemoração postando em nossa página do Facebook esta semana uma foto sua ao lado de uma imagem de Nossa Senhora! Clique aqui e confira algumas fotos dos leitores da Aleteia espalhados pelo mundo.

Que tal aproveitar esta semana especial também para ouvir uma Ave Maria cantada de maneira incrível? Clique aqui e ouça, rezando esta oração em intimidade com Nossa Senhora.

Mas como sabemos que o aniversário de Maria é hoje?

Na Igreja católica celebramos numerosas festas de santos. Havendo, felizmente, milhares de santos, comemoram-se milhares de festas. Entretanto, não se celebra a data de nascimento do santo, mas sim a de sua morte, correspondendo ao dia da entrada dele na vida eterna. Somente em três casos comemoram-se as festas no dia do nascimento: Nosso Senhor Jesus Cristo (Natal); o nascimento de São João Batista; e a natividade da Santíssima Virgem.

A Natividade de Nossa Senhora é uma festividade religiosa celebrada pela Igreja Católica precisamente nove meses depois de comemorar a Imaculada Conceição da Virgem Maria. A festa da Natividade era celebrada no Oriente católico muito antes de ser instituída no Ocidente. Segundo uma bela tradição, tal festa teve início quando São Maurílio a introduziu na diocese de Angers, na França, em consequência de uma revelação, no ano 430:

“Um senhor de Angers encontrava-se na pradaria de Marillais, na noite de 8 de setembro daquele ano, quando ouviu os anjos cantando no Céu. Perguntou-lhes qual o motivo do cântico. Responderam-lhe que cantavam em razão de sua alegria pelo nascimento de Nossa Senhora durante a noite daquele dia”.

Em Roma, já no século VII, encontra-se o registro da comemoração de tal festa. O Papa Sérgio tornou-a solene, mediante uma grande procissão. Posteriormente, Fulberto, Bispo de Chartres, muito contribuiu para a difusão dessa data em toda a França. Finalmente, o Papa Inocêncio IV, em 1245, durante o Concilio de Lyon, estendeu a festividade para toda a Igreja.

Assim se exprimiu o Padre Antônio Vieira sobre essa celebração:

“Quereis saber quão feliz, quão alto é e quão digno de ser festejado o Nascimento de Maria? Vede o para que nasceu. Nasceu para que dEla nascesse Deus. (…) Perguntai aos enfermos para que nasce esta celestial Menina, dir-vos-ão que nasce para Senhora da Saúde; perguntai aos pobres, dirão que nasce para Senhora dos Remédios; perguntai aos desamparados, dirão que nasce para Senhora do Amparo; perguntai aos desconsolados, dirão que nasce para Senhora da Consolação; perguntai aos tristes, dirão que nasce para Senhora dos Prazeres; perguntai aos desesperados, dirão que nasce para Senhora da Esperança. Os cegos dirão que nasce para Senhora da Luz; os discordes, para Senhora da Paz; os desencaminhados, para Senhora da Guia; os cativos, para Senhora do Livramento; os cercados, para Senhora da Vitória. Dirão os pleiteantes que nasce para Senhora do Bom Despacho; os navegantes, para Senhora da Boa Viagem; os temerosos da sua fortuna, para Senhora do Bom Sucesso; os desconfiados da vida, para Senhora da Boa Morte; os pecadores todos, para Senhora da Graça; e todos os seus devotos, para Senhora da Glória. E se todas estas vozes se unirem em uma só voz, dirão que nasce para ser Maria e Mãe de Jesus” (Sermão do Nascimento da Mãe de Deus).”

Também, São João Damasceno, em seu discurso para o nascimento de Nossa Senhora Santíssima, a Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, escreve:

“ Vinde, todas as nações, vinde, homens de todas as raças, línguas e idades, de todas as condições: com alegria celebremos a natividade da alegria do mundo inteiro! Se os gregos destacavam com todo o tipo de honras – com os dons que cada um podia oferecer – o aniversário das divindades, impostos aos espíritos por mitos mentirosos que obscureciam a verdade, e também o dos reis, mesmo se eles fossem o flagelo de toda a existência, que deveríamos nós fazer para honrar o aniversário da Mãe de Deus, por quem toda a raça mortal foi transformada, por quem o castigo de Eva, nossa primeira mãe, foi mudada em alegria? Com efeito, uma ouviu a sentença divina: «Darás à luz no meio de penas»; a outra ouviu, por seu turno: «Alegra-te, oh Cheia de Graça». À primeira disse-se: «Inclinar-te-ás para o teu marido», mas à segunda: «O Senhor está contigo». Que homenagem ofereceremos então nós à Mãe do Verbo, senão outra palavra? Que a criação inteira se alegre e festeje, e cante a natividade de uma santa mulher, porque ela gerou para o mundo um tesouro imperecível de bondade, e porque por ela o Criador mudou toda a natureza num estado melhor, pela mediação da humanidade. Porque se o homem, que ocupa o meio entre o espírito e a matéria, é o laço de toda a criação, visível e invisível, o Verbo criador de Deus, ao se unir à natureza humana, uniu-se através dela a toda a criação. Festejemos assim o desaparecimento da humana esterilidade, pois cessou para nós a enfermidade que nos impedia a posse dos bens.”

Dessa forma, a Natividade de Nossa Senhora é celebrada pela Igreja como um dia de alegria universal. No contexto do Antigo e do Novo Testamento, a Santíssima Virgem Maria, nasceu neste dia radiante, tendo sido escolhido antes dos séculos pela Divina Providência para a realização do Mistério da Encarnação do Verbo de Deus. Ela é revelada como a Mãe do Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo. De acordo com a tradição, Nossa Senhora nasceu na cidade da Galileia, em Nazaré. Seus pais eram Joaquim da tribo do Profeta-Rei David, e de Anna da tribo de o primeiro sacerdote Aarão.

O casal estava sem filhos, já que Ana era estéril. Tendo chegado a idade avançada, Joaquim e Ana tiveram forte fé de que tudo foi possível com Deus. Joaquim e Ana juraram dedicar o filho que o Senhor pode dá-los a serviço de Deus no Templo. A esterilidade era considerada castigo divino pelo pecado e Joaquim e Ana tiveram que suportar o abuso de seus próprios conterrâneos. Em um dos dias de festa no Templo, Joaquim levou o seu sacrifício para oferecer a Deus, mas o Sumo Sacerdote não quis aceitá-lo, considerando que ele era indigno já que ele não tinha filhos. Em profunda tristeza, Joaquim foi para o deserto, e ali rezou a Deus pedindo uma criança. Ana chorou amargamente quando soube o que tinha acontecido no Templo. Ana nunca reclamou contra o Senhor, mas rezava para pedir a misericórdia de Deus sobre sua família.

O Senhor cumpriu sua petição, quando o casal piedoso havia atingido a velhice extrema e preparou-se pela vida virtuosa de uma vocação sublime de ser os pais da Santíssima Virgem Maria, a futura mãe do Senhor Jesus Cristo. O arcanjo Gabriel trouxe Joaquim e Ana, a mensagem alegre que suas orações foram ouvidas por Deus e deles nasceria uma filha mais abençoada, Maria, por quem viria a salvação de todo o mundo. A Santíssima Virgem Maria superou em pureza e virtude não só toda a humanidade, mas também os anjos. Maria, a arca da aliança, templo vivo de Deus.

A Natividade da Maria marca o momento em que a grande promessa de Deus para a salvação da humanidade estava prestes a ser cumprida. Este evento trouxe para a terra da graça do Reino de Deus, Reino de Verdade, a piedade, a virtude e a vida eterna. Maria é revelada a todos nós pela graça, como uma intercessora misericordiosa, co-redentora e Mãe, a quem podemos recorrer com devoção filial. O nascimento de Maria também foi milagroso. Ela foi concebida sem pecado como uma graça especial, porque Deus havia escolhido ela para ser a mãe de seu filho (Theotokos – Mãe de Deus). Maria, sem pecado, entrou neste mundo através do privilégio da Imaculada Conceição, e é o primogênito dos redimidos. Seu nascimento é motivo de grande alegria, pois é considerada a “aurora de nossa salvação”, como o Papa Paulo VI escreveu no documento, Marialis Cultus, em 1972.

Que a Festa da Natividade nos faça relembrar essa história tão especial, com os olhos agradecidos diante de DEUS e dAquela que soube dizer sim e se submeter totalmente à vontade do Criador . Através do seu “fiat” Maria tornou-se a Mãe não somente de Jesus, mas de toda a humanidade.

(via Nos passos de Maria)

Tags:
MariaNossa Senhora
Apoiar a Aleteia

Se você está lendo este artigo, é exatamente graças a sua generosidade e a de muitas outras pessoas como você, que tornam possível o projeto de evangelização da Aleteia. Aqui estão alguns números:

  • 20 milhões de usuários no mundo leem a Aleteia.org todos os meses.
  • Aleteia é publicada diariamente em sete idiomas: inglês, francês,  italiano, espanhol, português, polonês e esloveno
  • Todo mês, nossos leitores acessam mais de 50 milhões de páginas na Aleteia.
  • 4 milhões de pessoas seguem a Aleteia nas redes sociais.
  • A cada mês, nós publicamos 2.450 artigos e cerca de 40 vídeos.
  • Todo esse trabalho é realizado por 60 pessoas que trabalham em tempo integral, além de aproximadamente 400 outros colaboradores (articulistas, jornalistas, tradutores, fotógrafos…).

Como você pode imaginar, por trás desses números há um grande esforço. Precisamos do seu apoio para que possamos continuar oferecendo este serviço de evangelização a todos, independentemente de onde eles moram ou do quanto possam pagar.

Apoie Aleteia a partir de apenas $ 1 - leva apenas um minuto. Obrigado!

PT300x250.gif
Oração do dia
Festividade do dia





Envie suas intenções de oração à nossa rede de mosteiros


Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia