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Maré humana se forma na véspera da grande peregrinação a Meca

<p>Os peregrinos denunciam em Meca as atrocidades cometidas pelos jihadistas do Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria, mas desconfiam da campanha militar dirigida por Washington contra o grupo</p>

Agências de Notícias - publicado em 09/09/16

Quase dois milhões de fiéis afluíam nesta sexta-feira (9) em direção a Meca para a peregrinação anual muçulmana — o hajj –, um ano depois de um mortífero pisoteamento que contribuiu para aumentar a tensão entre a Arábia Saudita e o Irã.

As autoridades sauditas reforçaram as medidas de segurança e a mobilização policial para impedir a repetição da tragédia de 2015, que deixou 2.300 mortos, sendo mais de 450 iranianos.

Este ano não está prevista a presença de nenhum peregrino desse país.

Na Grande Mesquita e na esplanada, milhares de fiéis do mundo inteiro rezam ou caminham permanentemente.

Durante a hora de cada uma das cinco orações diárias, militares com boina vermelha e uniforme de camuflagem colocam barreiras de plástico verde para orientar a multidão. Se um peregrino tentar mudar de percurso é automaticamente bloqueado.

Nesta sexta-feira, por ocasião da grande oração semanal, um helicóptero sobrevoa o local da oração, enquanto que os principais eixos da cidade estavam fechados à circulação para dar espaço aos peregrinos que convergem para a Kaaba, a construção cúbica em torno da qual muçulmanos do mundo inteiro rodam enquanto rezam.

Pulseiras de identificação

Este ano, a Arábia Saudita começou a entregar aos peregrinos uma pulseira de identificação.

Riad afirma que melhorou a organização e reforçou a segurança da grande peregrinação anual muçulmana, que começa no sábado e deve receber dois milhões de pessoas.

As pulseiras plastificadas incluem um código de barras que pode ser lido por smartphone, que fornece a identidade, nacionalidade, local de alojamento do peregrino, contato dos coordenadores do grupo ao qual pertence, além de outras informações sobre o visto, explicou Assa Rawas, vice-secretário do ministério do Hajj.

“O objetivo é equipar todos os peregrinos procedentes do exterior, quase 1,4 milhão de fiéis”, completou o ministro, sem revelar quantas pulseiras já foram distribuídas.

A Arábia Saudita sofreu muitas críticas pela tragédia do ano passado, cujas causas ainda não foram descobertas.

‘A morte chegará’

Lawan Nasir, de 45 anos, perdeu um primo em 2015. Este ano, o nigeriano foi à Meca ainda sofrendo pelo parente. “Teria sido estupidez não vir, a morte chegará quando for a minha hora”, explicou.

“Houve enormes falhas em termos de organização no ano passado”, afirma Jane Kinninmont, do Centro de Estudos Chathan House de Londres, destacando a importância desta operação para Riad em termos religiosos e econômicos.

Zakou Bakar, de 50 anos, que veio do Níger. Como já recebeu seu bracelete, não está preocupado. “Se morrer ou tiver problemas, sei que serei identificado”.

Além da segurança, outro grande problema para a Arábia Saudita, que é sunita, é sua rivalidade com o Irã, xiita.

Ante a chegada do hajj, a guerra de declarações sofreu uma escalada. O guia supremo iraniano, Ali Khamenei, classificou os dirigentes sauditas “malditos e maléficos”.

“Os iranianos não são muçulmanos”, respondeu o grande mufti saudita.

A Liga Árabe se alinhou com Riad, condenando as declarações de Khameni.

(AFP)

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