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5 dicas surpreendentemente simples para tornar os seus filhos mais criativos

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Gelsomino Del Guercio - publicado em 21/09/16
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Psicóloga italiana do Hospital Menino Jesus: “Não sepultem os desejos dos pequenos”Como estimular a criatividade das crianças? Psicólogos e especialistas em desenvolvimento infantil sugerem deixar de lado as ansiedades e o excesso de atenção e dar mais liberdade às crianças para que elas mesmas descubram o que realmente lhes interessa.

Ser adulto significa ocupar o próprio tempo com atividades que nos fazem felizes. E é isto o que você tem que ensinar aos seus filhos“, afirma Lyn Fry, psicóloga infantil de Londres, sobre o sentido da preparação que os pais devem dar às crianças.

Segundo o psicanalista Adam Phillips, a “capacidade de se aborrecer permite que a criança cresça“, já que o tédio torna possível contemplar a vida e analisá-la, em vez de ir passando por ela sem parar para pensar sobre aquilo que acontece. Para ele, as crianças precisam dispor de tempo livre para descobrirem do que realmente gostam e o que lhes interessa mais. O tédio é fundamental para essa descoberta.

A Dra. Cristiana De Ranieri, psicóloga clínica do Hospital Bambino Gesù, de Roma, respondeu à Aleteia com algumas dicas úteis para estimular a criatividade das crianças.

Os nossos filhos, muitas vezes, têm uma vida superocupada. A simples ideia de que eles possam experimentar momentos de tédio e de vazio apavora os pais. Os pais acham que isto seria um sinal de negligência, um não-preenchimento da vida das crianças. Mas se as crianças têm tudo, elas ativam com menos frequência atividades cognitivas como o desejo, a curiosidade“.

Eis as dicas práticas da especialista:

1) “Sim” ao tédio!

Ter a chance de ficar entediado ajuda o seu filho a crescer. Os momentos de tédio estimulam a mente a procurar algo que rompa a chatice, a encontrar algo interessante, estimulando assim o desejo e, portanto, colocando a mente em movimento.

2) Coisas simples

As crianças se “recarregam” fazendo coisas pouco programadas, pouco estruturadas, banais. Um exemplo? Brincar com a vovó, desenhar, redescobrir brinquedos velhos que estavam esquecidos num canto… e até ficar vários minutos simplesmente sem fazer nada.

3) Não ter medo dos tempos livres

A criança tem uma dimensão de tempo diferente da nossa. Ela acolhe com interesse os estímulos e os pais precisam lhes dar condições de perceber esses estímulos. Para isso, os tempos livres são fundamentais.

4) O que você gosta de fazer?

Igualmente fundamental é estimular a criança a pensar no que ela gostaria de fazer. Isso a encoraja a descobrir o que lhe interessa, sem programações nem orientações prévias.

5) Fazer juntos

Muitos pais compram brinquedos de todos os tipos para seus filhos… Mas não brincam com eles! É necessário dar às crianças a oportunidade de estar com os pais também na hora de brincar, compartilhando com eles experiências agradáveis.

INTELIGÊNCIA E ESTÍMULOS

A criança que treina a mente dessa forma é mais esperta do que as outras?

A psicóloga observa: “Não é a ‘quantidade’ de inteligência que distingue as crianças, mas a ativação de ‘gatilhos emocionais’ ou motivacionais diferentes. Com certeza, estimular atividades intelectuais e mentais diferentes é um incentivo para o desenvolvimento de uma inteligência mais flexível e mais ativa“.

É claro que não se pode deixar a criança o tempo todo sem fazer nada, ou só fazendo o que ela quer. Os pais devem proporcionar aos filhos um amplo acesso a experiências formativas e enriquecedoras, que incluam atividades físicas, esportes em grupo, muita vida em família, muita e generosa interação com outras crianças, convivência com pessoas idosas, contato com animais de estimação e com a natureza, incentivos à linguagem e ao aprendizado espontâneo de idiomas, brincadeiras que estimulem o conhecimento e o raciocínio, contato com a espiritualidade… O que não se pode é sobrecarregar as crianças a ponto de sufocá-las, privando-as de tempo livre e… de tédio!