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Etiópia decreta 3 dias de luto por morte de 52 pessoas pisoteadas

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Agências de Notícias - publicado em 03/10/16

A Etiópia começou nesta segunda-feira um luto nacional de três dias pela morte de 52 pessoas pisoteadas durante o tradicional festival Oromo Irreecha, no domingo, ao sul de Adis Abeba.

Além das bandeiras a meio mastro nos prédios públicos, a rádio nacional substituiu a transmissão normal por música clássica.

Na véspera, o governo informou que uma onda de violência atingiu o festival devido à ação de “forças irresponsáveis”, que deixaram 52 mortos.

A oposição mencionou, por sua vez, pelo menos 100 vítimas.

Milhares de pessoas se reuniram às margens do lago Harsadi, sagrado para os Oromo, para assistir à cerimônia da Irreecha, que marca o fim da temporada de chuvas.

A confusão começou quando as lideranças oromo afiliadas ao governo foram atacadas pela multidão. A plateia tentou invadir a tribuna, quando os dirigentes iam tomar palavra.

Os manifestantes lançaram pedras e garrafas contra as forças de segurança, que responderam com bombas de efeito moral.

Os disparos de gás lacrimogêneo provocaram pânico e correria. Pelo menos 50 pessoas caíram umas por cima das outras em um fosso com vários metros de profundidade, observou um fotógrafo da AFP.

O fotógrafo contou entre 15 e 20 corpos pelo menos e disse ter ouvido disparos.

O governo regional oromo indicou que todas as pessoas morreram no tumulto, e “não por causa das medidas tomadas pela Polícia, como alguns veículos da imprensa indicaram por erro”.

O governo federal etíope lamentou “perdas de vidas humanas”, sem divulgar um número exato, em nota publicada pela imprensa oficial etíope.

A Etiópia vive hoje um movimento de protestos contra o governo sem precedentes na última década. Esses atos começaram na região oromo (centro e oeste) em novembro de 2015 e se estenderam durante o verão para a região amhara (norte).

Essas duas etnias representam cerca de 60% da população etíope e protestam contra o que consideram um domínio hegemônico de outra etnia, os Tigray, originários do norte do país.

(AFP)

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