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Cristãos do Iraque, comunidade que é vítima frequente da violência

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Agências de Notícias - publicado em 19/10/16
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A população de cristãos, uma minoria em um país majoritariamente muçulmano, diminuiu drasticamente nos últimos anosOs cristãos estão enraizados no Oriente Médio, em particular no Iraque, desde o início do cristianismo, mas muitos precisaram fugir, como há dois anos, quando os extremistas do Estado Islâmico se apoderaram de Qaraqosh e de outras cidades do norte do país.

Na noite de terça-feira em Erbil, a capital da região autônoma do Curdistão, um grupo de cristãos que precisaram escapar da ofensiva do EI em agosto de 2014 dançaram e cantaram para celebrar a entrada das forças governamentais em Qaraqosh, no âmbito de uma ampla ofensiva para recuperar Mossul do grupo ultrarradical sunita.

A população de cristãos, uma minoria em um país majoritariamente muçulmano, diminuiu drasticamente nos últimos anos.

Depois da invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003, o Iraque se converteu em um campo de batalha entre insurgentes e tropas estrangeiras, antes de afundar em uma guerra sectária. A comunidade cristã, associada aos cruzados “ocidentais”, foi atacada em diversas ocasiões, o que desencadeou a fuga de muitos de seus membros.

Quando o EI conquistou Mossul, em junho de 2014, os cristãos da segunda cidade do país receberam um ultimato: se converter ao Islã, pagar um imposto ou abandonar a cidade, sob pena de ser executados.

Algumas semanas depois, com a tomada de Qaraqosh, os cerca de 120.000 cristãos que viviam na província de Nínive – onde se encontra Mossul – precisaram fugir.

A seguir, alguns dados sobre os cristãos do Iraque:

– Antigamente estimada em mais de um milhão de pessoas, 600.000 das quais em Bagdá, esta comunidade formada por caldeus, assírios, armênios e siríacos diminuiu muito. Calcula-se que atualmente existam menos de 350.000 cristãos no país.

– Antes da invasão americana de 2003, 60.000 cristãos viviam em Mossul, onde em 2014 restavam apenas vários milhares.

– Dos 120.000 cristãos que fugiram em 2014, 20.000 abandonaram o Iraque e os demais se refugiaram em outras regiões do país, entre eles 50.000 em Erbil, a capital do Curdistão.

– Os cristãos do Iraque são uma das comunidades cristãs do Oriente Médio mais antigas.

– Os caldeus representam a grande maioria e formam uma comunidade católica de rito oriental. A igreja caldeia, cuja liturgia é feita em aramaico – a língua falada por Jesus – é considerada uma das igrejas cristãs mais antigas.

– Os outros católicos são os siríacos católicos, os armênios católicos e os católicos latinos.

– Entre os não católicos, os mais numerosos são os assírios (nestorianos). Os outros são siríacos ortodoxos e armênios ortodoxos.

– Como outras minorias no Iraque, os cristãos foram com frequência alvos de ataques de grupos sunitas radicais, em particular de sequestros e atentados contra suas igrejas.

(Fontes: Patriarcado caldeu, Centre for International Governance Innovation, Agência das Nações Unidas para os Refugiados, Human Rights Watch, Fraternidade no Iraque).

(AFP)

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