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Papa convida 1.000 detidos ao Vaticano

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Agências de Notícias - publicado em 06/11/16

Mil detidos foram neste domingo ao Vaticano, convidados pelo papa Francisco, que aproveitou a visita para pedir às autoridades civis reduções de pena e melhorias na vida dos presos.

Os detidos, de 12 nacionalidades distintas, estavam todos presos na Itália, com exceção de 35 presos que viajaram desde a Espanha. Seguidos de uma escolta muito discreta, participaram pela manhã na Basílica de São Pedro de uma missa especialmente dedicada ao seu “jubileu”.

Apesar de alguns dos presentes estarem em liberdade condicional ou gozarem de uma permissão penitenciária, outros cumprem prisão perpétua, como um homem que tomou a palavra na basílica ao lado da mãe do jovem de 15, Andrea, a quem havia assassinado.

“Sou um homem condenado por toda a vida, preso há 25 anos”, anunciou este detido da prisão de alta segurança de Opera, perto de Milão (norte).

“Tive sentimentos de terror e de raiva contra ele, que roubou a vida do meu filho”, disse a mãe, Elisabetta, que participou de um programa de encontros entre vítimas e condenados. “Não foi fácil”, reconheceu, comovida.

“Veio à prisão para lançar sua raiva”, contou o detido. Mas sua fé permitiu que se aproximassem em sua “dor”. No último mês de março, para sua primeira permissão de saída em 24 anos, o assassino de Andrea foi ao túmulo de sua vítima e foi acolhido por Elisabetta.

O Vaticano convidou outras 3.000 pessoas a esse jubileu, incluindo familiares e funcionários de prisões.

O Papa, que visitou muitas vezes detidos, tanto na Itália como no exterior, recordou seus sentimentos durante esses encontros: Cada vez que vou a uma prisão, me pergunto por quê eles e não eu, todos temos a possibilidade de errar”, afirmou.

– Uma sociedade presa no individualismo –

“A esperança é dom de Deus”, disse em sua homilia, na qual aconselhou os condenados a “não se fecharem em seu passado” e defendeu “a reconciliação” com as vítimas.

O pontífice também criticou o difícil caminho à reinserção. “Às vezes, certa hipocrisia quer vê-los unicamente como pessoas que cometeram crimes, para que o único caminho seja o da prisão”.

“Esquecemos que somos todos pecadores e que várias vezes somos prisioneiros sem nos darmos conta disso”, disse o papa, que denunciou as “contradições” de uma sociedade “fechada” nos preconceitos, nas marcas ideológicas, nas leis dos mercados financeiros e do individualismo.

Mas, como é seu costume, o papa argentino guardou seu pedidos à sociedade civil para depois do Ângelus, que celebrou na praça de São Pedro após a missa.

Lá pediu às autoridades civis atos de “clemência” com alguns detidos por ocasião do Ano Santo da Misericórdia e defendeu uma justiça que “não seja exclusivamente punitiva. Também pediu uma melhoria nas condições de vida nas prisões para que “a dignidade humana dos detidos seja respeitada plenamente”.

(Com AFP)

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