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Menina migrante que chegou sozinha à Itália encontra a mãe

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Jason Florio

Agências de Notícias - publicado em 24/11/16

Sua mãe fez com que ela deixasse a Costa do Marfim para que não sofresse uma mutilação genital. Com apenas quatro anos, Oumoh chegou sozinha à Itália em uma embarcação de migrantes. Agora graças a uma extraordinária coincidência, as duas voltarão a ficar juntas.

“Chegou em 5 de novembro a Lampedusa”, contou à AFP a inspetora de polícia Maria Volpe, chefe do serviço de menores de idade da prefeitura de Agrigento (Sicília), a jurisdição de que depende essa pequena ilha.

A criança viajava à bordo de uma embarcação com mas 15 outras pessoas, a maioria delas mulheres e crianças, mas nenhum dos passageiros parecia conhecê-la.

Então “Mamma Maria”, como é conhecida Maria Volpe, interveio. Ela administra há 20 anos casos que envolvem menores de idade.

A funcionária viajou a Lampedusa para buscar a menina e, no dia 9 de novembro, a deixou sob a responsabilidade de um abrigo de menores em Palermo.

“Ela havia chegado há alguns dias, parecia bastante serena”, contou.

A situação de Oumoh mudou graças a uma situação fortuita. Há algumas semanas chegou à ilha de Lampedusa uma menina de oito anos chamada Nassade e proveniente do Mali. Ela havia sido socorrida na costa da Líbia e desembarcou junto com sua mãe e seu irmão mais novo.

Uma policial que tentava falar tranquilamente com a mãe da menina emprestou seu telefone para a criança olhar algumas fotos, para distraí-la.

“Oumoh! Oumoh!”, gritou Nassade ao reconhecê-la de um abrigo em que estiveram em Túnis.

A mãe de Nassade deu então à agente o número de telefone da mãe de Oumoh.

– ‘Ao coração’ – Entre lágrimas, a mãe conta que quis afastar a menina de seu marido, que queria submetê-la a uma mutilação genital. Ela a levou para Túnis, deixando a menina aos cuidados de uma amiga, enquanto voltava ao seu país para “buscar algumas coisas”.

A mulher que estava encarregada da menina teve a oportunidade de embarcar rumo à Europa, não se sabe se a partir de Tunísia ou da Líbia. Levou Oumoh com ela, mas quando chegou à Lampedusa a abandonou à própria sorte.

“A mãe tinha planejado embarcar também, mas alguns assuntos a prenderam por mais tempo que o previsto na Costa do Marfim, e quando ela chegou a Túnis, sua filha havia partido”, contou Maria Volpe.

Os serviços diplomáticos foram mobilizados entre Roma e Túnis para reunir mãe e filha, “provavelmente mediante um processo de reagrupamento familiar”, explicou a funcionária.

Mesmo assim, as autoridades tentarão fazer o quanto antes um teste de DNA para confirmar o vínculo de parentesco.

Nesses anos de serviço, Maria Volpe, de 56 anos, viu passar milhares de migrantes adolescentes não acompanhados, mas só viu cera de vinte casos de crianças.

“Quando vejo os olhos dessas crianças, tão pequenas, isso chega ao mais profundo do coração. Elas se apegam rapidamente a alguém, que passa a ser seu referencial. É uma honra poder fazer esse trabalho, com amor e humanidade”, comentou a policial.

No início de novembro, o presidente italiano Sergio Mattarella, incluiu “Mamma Maria” na lista dos 40 heróis comuns que receberão ordem ao mérito.

(AFP)

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