Você já percebeu o quanto todo mundo é perfeito depois que morre, né? Mas por que só depois?
Você já percebeu o quanto todo mundo é perfeito depois que morre, né? Tenho certeza que sim. Tenho certeza que já viu o quanto as pessoas lamentam uma perda, o quanto choram e isso é totalmente normal e compreensivo, mas por que só depois? Por que nos apegamos aos defeitos quando temos alguém perto e sofremos pela qualidade quando estamos longe?
Há algum tempo tenho parado para analisar nosso comportamento quanto a esse assunto, e digo nosso porque estou inclusa no pacote. Namoradas e namorados enchem seus parceiros de reclamações e colocam uma lupa sob seus defeitos. Choram, esperneiam, terminam e quando terminam, choram, esperneiam pelos detalhes não percebidos de quem sempre tiveram do lado.
Ao pesquisarmos descobrimos inúmeras teorias sobre a insatisfação. Somos seres insatisfeitos e isso às vezes é essencial para alçarmos novos voos, melhorarmos como pessoa e darmos saltos profissionais.
Mas, já percebeu que na maioria das vezes, as coisas nunca estão totalmente bem? Se o amor tá indo, o trabalho capenga, se o amor e o trabalho está indo, o dinheiro parece não ser suficiente, se amor, dinheiro, trabalho vão bem, alguma amizade desanda. E se não tem nada disso atormentando, inventamos algum pra alimentarmos nosso lado insatisfeito. E aí lá vamos nós gastarmos energia com aquilo que naquele momento não está como deveria estar.
O psicólogo Frederico Matos costuma chamar os adeptos dessa atitude de “Zumbi-feliz” e diz que “o insatisfeito crônico sofre do mal da abundância vazia, pois parece que existe tanto a escolher que ainda que ele escolha fica insatisfeito porque poderia ter escolhido muito mais. Sim, existe um território enorme de possibilidades a serem exploradas, mas você só consegue andar 10 metros por dia. Alegre-se com esse trecho caminhado.
Dizem que qualquer atitude leva 22 dias para fazer parte da rotina, que se adotarmos uma rotina durante 22 dias, ela vira hábito, então que tal adotar o hábito de aproveitar o que tem?
Apreciar aquela carne maravilhosa que só seu marido/namorado sabe fazer. Reparar o quanto a covinha do seu filho é fofa quando ele sorrir. Sentir o quanto sua casa te dá a paz que você precisa quando o mundo parece um redemoinho.
Aproveitar com languidez o afago gostoso que sua mãe traz ao seu coração quando te faz cafuné e fazer com que a ambição de uma vida melhor jamais lhe tire o prazer de desfrutar o que tem.
(via Eu te amo hoje)