Tanto São Justino Mártir como Orígenes de Alexandria falam, em seus textos, sobre a gruta do presépio onde teria nascido Jesus
A Basílica da Natividade, em Belém, Palestina, está construída sobre a gruta onde tradicionalmente é considerado o lugar onde teria nascido Jesus.
Conta-se que Adriano, um dos chamados “cinco bons imperadores” de Roma, construiu, no ano 135, um local de culto a Adônis sobre um local já existente de culto cristão.
Vários textos, que vão desde o século I até o século V falam de uma floresta dedicada à divindade greco-romana que teria sido plantada ao redor da gruta da Natividade de Jesus com a intenção de “limpar sua memória”.
Alguns historiadores dizem que, pelo contrário, o culto a Jesus foi instalado no local anteriormente dedicado a Adônis, ou ao deus-pastor Tammuz. Esta discussão, como tantas outras a respeito da história antiga, é difícil de resolver.
No entanto, o que temos são testemunhos de escritores dos primeiros séculos do cristianismo que falam da gruta da Natividade como um local de culto. Em seus Diálogos com Trifão, São Justino Mártir (100-165) já comentava que a Sagrada Família tinha se refugiado em uma caverna fora da aldeia:
“José pegou seus aposentos em uma determinada caverna perto da aldeia (Belém), e enquanto eles estavam lá, Maria deu à luz o Cristo e colocou-o numa manjedoura, e aqui os Magos que vieram da Arábia encontraram ele”.
Além disso, o filósofo grego Orígenes de Alexandria (185-254) escreveu, em seu Contra Celso, algo parecido:
“Em Belém, a caverna é apontado onde nasceu, e a manjedoura na caverna onde ele foi envolto em panos. E o boato é nesses lugares, e entre os estrangeiros da fé, que na verdade Cristo nasceu em uma caverna que é adorada e venerada pelos cristãos”.