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A Chanucá, explicada aos cristãos

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Daniel R. Esparza - publicado em 25/12/16

Este ano, a Chanucá e o Natal caem no mesmo dia, mas o que é esta festa judaica?

Hanucá (também conhecida como “Chanucá”), o “festival das luzes”, literalmente significa “dedicação”: trata-se da festa que recorda a dedicação do Templo em Jerusalém.

No século II a.C., a Terra Santa era governada pelos selêucidas (greco-sírios), que tentaram forçar os israelitas a adotar a cultura grega e, também, suas crenças religiosas. Eram tempos em que o rei sírio Antíoco III havia vencido o rei egípcio Ptolomeu, ganhando a posse da terra de Israel, anexando-a ao império selêucida.

Mas o império selêucida, entretanto, também estava sendo atingido pelo Império Romano, especialmente no bolso, que estava cobrando altos impostos. Quando Antíoco III morreu, o seu filho, Seleuco IV, herdou não só o império, mas também as dívidas com os romanos.

Assim, Seleuco não encontrou outra saída além de impor impostos ainda mais pesados contra seus súditos. Entre eles, os judeus. Na verdade, Seleuco tentou pegar para si o dinheiro dos impostos pagos ao Templo, sem sucesso.

Mas, se Seleuco era ganancioso, comparado com seu irmão Antíoco IV, não passava simplesmente de um regente mais ou menos opressivo. Na verdade, Antíoco IV é conhecido simplesmente como “o louco” (Epifânio). Decidido a unificar seu império com uma só cultura e uma só religião, atacou o Templo de Jerusalém, mudando suas autoridades.

Embora Antíoco estivesse vencendo abertamente em uma guerra contra o Egito, Roma ordenou que ele parasse, e ele teve que fazê-lo. Enquanto isso, em Jerusalém corria o rumor de que ele havia sofrido um acidente, e as pessoas aproveitaram a oportunidade para se rebelar contra a nova autoridade do Templo.

Claro, o que Antíoco menos queria (como qualquer governante totalitário) era uma revolta contra ele. Voltando a Jerusalém, furioso pela interferência Romana em seus assuntos e, ao inteirar-se da revolta, mandou seu exército contra os judeus.

Milhares foram mortos, e todo costume e culto judaico foram terminantemente proibidos, sob a pena de morte. Os rolos da Torá foram confiscados e queimados. Antíoco e seu exército foram de cidade em cidade e de aldeia em aldeia forçando seus habitantes a adorar os deuses gregos.

Mas os judeus, liderados por Judas “Macabeu”, derrotaram as forças de Antíoco, e libertaram Jerusalém, purificando o Templo.

Aqui começa, finalmente, a história do “festival das luzes”. Quando os Macabeus começaram a purificação do Templo, perceberam que só havia um pequeno jarro de azeite puro no Templo com o selo intacto do Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) para que as luzes da Menorá (candelabro) fossem acesas, e isso duraria apenas um dia, mas milagrosamente durou oito dias, tempo suficiente para que um novo azeite puro fosse produzido e levado ao templo.

Assim nasceu o principal costume da festa, que é acender, progressivamente, um candelabro com oito braços – oito braços são para lembrar o milagre dos oito dias em que a Menorá ficou acesa com azeite que era para ter durado apenas um dia; e mais outro braço, que é chamado de “shamash” (servente) é um braço auxiliar para o acendimento das outras velas.

Este ano, a Chanucá e o Natal caem no mesmo dia, mas não, Chanucá não é o “Natal judaico”. A história – para quem quer lê-la em detalhe – está narrada na Bíblia, no primeiro livro de Macabeus.

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