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Qual o sentido da Filosofia na era do Twitter e do Google?

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Jaime Septién - publicado em 12/01/17

A Filosofia é uma das mais poderosas ferramentas para formar sujeitos livres e responsáveis

O jornal inglês The Guardian acaba de publicar uma profunda e necessária reflexão de Charlotte Blease sobre a utilidade da Filosofia nestes tempos em que os empregos começam a se automatizar e o conhecimento a se depreciar.

Tempos em que os ser humano precisa redescobrir o pensamento flexível para evitar a catástrofe.

 “E isso começa na escola”, disse Blease, que se baseia na seguinte opinião do presidente da Irlanda, Michael D. Higgins: “O estudo da Filosofia é uma das mais poderosas ferramentas que temos à nossa disposição para ensinar às crianças a atuar como sujeitos livres e responsáveis em um mundo cada vez mais complexo, interconectado e incerto.”

“A Filosofia na sala de aula – disse Higgins – oferece o caminho ao humanismo e à construção de uma cultura democrática vibrante”.

Em 2013, quando a Irlanda lutava contra os efeitos colaterais da crise financeira, Higgins lançou uma iniciativa em todo o país, chamando ao debate sobre o que os irlandeses valorizavam como sociedade. O resultado, aponta Blease, foi que, pela primeira vez, a Filosofia foi introduzida nas escolas primárias.

A robótica passou da ficção científica para o domínio de uma grande quantidade de funções e empregos que antes só eram possíveis graças á habilidade humana.

Em 2013 – sinaliza Blease em seu trabalho publicado pelo The Guardian – um grupo da Martin School da Universidade de Oxford estimou que, para 2035, mais da metade dos postos de trabalho poderão ser substituídos por “tecnologia inteligente”, ou seja, por robôs.

As crianças que hoje estão na escola primária, amanhã entrarão – se tiverem sorte – em locais de trabalho muito diferentes do que nós conhecemos.

Certamente – aponta a autora do estudo – a Filosofia não é a cura para todos os males atuais ou para o futuro do mundo. “Mas,  pode criar imunidade contra juízos descuidados e contra certezas não reconhecidas”.

Mais adiante se pergunta: “Como os educadores deverian preparar os jovens para a vida cívica e profissional na era digital?

Em resumo – escreve Blease – “precisaremos de gente que esteja preparada para perguntar, e responder, questões que não são “googáveis”, como, por exemplo: Quais são as ramificações éticas da automatização?; Quais são as consequências políticas do desemprego em massa?; Como deveríamos distribuir a riqueza em uma sociedade digitalizada…?”

“Como sociedade, necessitamos estar muito mais comprometidos com a Filosofia”, disse Blease, que reconhece que a matéria é difícil, mas ajuda as crianças – e os adultos – a articular perguntas e encontrar respostas que não se têm facilmente “ ou por introspecção ou pelo Twitter”.

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FilosofiafuturotecnologiaTrabalho
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