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Brigar por política no Facebook não serve para quase nada

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Daniel R. Esparza - publicado em 23/01/17

As discussões que questionam convicções políticas desencadeiam reações neurológicas semelhantes a situações ameaçadoras

Um novo estudo conduzido pelo Instituto de estudos cerebrais e de criatividade da Universidade do Sul da Califórnia confirma o que muitos já suspeitavam: que a troca de farpas políticas no Facebook – ou, de fato, em quase qualquer cenário, online ou offline – provoca uma reação neural semelhante à que experimentamos em outras situações ameaçadoras, o que na verdade faz com que defendamos nossas crenças com o dobro de força.

Os centros emocionais e de identidade no cérebro são ativados quando são questionadas as crenças políticas que temos mais profundamente enraizadas em nossos sistemas de valores, mesmo que nos apresentem evidências convincentes que, em outras condições, mudaria nossas mentes. Ao contrário, o que ocorre é uma reação defensiva no lugar de uma abertura que pareça razoável.

Jonas Kaplan, professor assistente de pesquisa de psicologia no Instituto do Cérebro e Criatividade da Faculdade de Letras, Artes e Ciências da USC, que está liderando o projeto, explica que, em geral, as pessoas sentem que “há mais em jogo quando são discutidas crenças políticas do que quando são questionadas crenças não políticas. As crenças políticas estão ligadas a nossa identidade, ao sentido de quem somos”.

O estudo envolveu estudar as reações de 40 pessoas que se consideravam mais liberais usando ressonância magnética para observar as reações neurológicas provocadas pelo questionamento de suas crenças. Foram expostas aos participantes oito declarações políticas e oito não-políticas onde deveriam expressar a sua concordância ou discordância. Em questões não-políticas (por exemplo, que Edison não inventou a lâmpada elétrica), os indivíduos mudaram suas posições em percentagens relativamente significativas, mas não havia praticamente nenhuma mudança de mentalidade quando se referia a temas políticos.

As ressonâncias magnéticas indicaram que os participantes que não mudaram suas crenças experimentaram um aumento da atividade cerebral em áreas como a amígdala e o córtex insular: “acreditamos que a amígdala e o córtex insular, neste caso, estão refletindo a natureza emocional do fato de sentirmos desafiados. Quando alguém desafia nossas crenças mais importantes, não nos sentimos bem, e tomamos medidas para atenuar esses sentimentos negativos”, explicou Kaplan, segundo o artigo escrito por Emily Glover para Paste Magazine. “Descobrimos que as pessoas ativaram estas estruturas cerebrais mais intensamente ao serem desafiadas, e seriam menos propensas a mudar de opinião”.

Para ler o artigo completo (em Inglês), acessePaste Magazine.

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