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Realidade Virtual: a visão dos especialistas sobre os perigos e benefícios da nova tecnologia

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Maurizio Pesce - CC

John Burger - publicado em 25/01/17

É grande o potencial da Realidade Virtual para o entretenimento e até mesmo para tratamentos médicos. Mas para o mal também...

Como com qualquer nova tecnologia que parece oferecer tantos benefícios, é aconselhável desacelerar e analisar mais profundamente a Realidade Virtual (VR).

A tecnologia de realidade virtual está se tornando cada vez mais acessível para a população – primeiramente para o entretenimento, mas também para fins terapêuticos e educacionais. E, infelizmente, para usos obscuros também.

A Aleteia vê a Realidade Virtual com olhos críticos e analisa os aspectos positivos e negativos desta última tendência em entretenimento.

Leia mais em:  A tentação da realidade virtual: o entretenimento nunca mais será o mesmo

“O investimento do Facebook na empresa VR Oculus Rift aproximou a realidade virtual de grande parte dos usuários”, disse Brett Robinson, autor de Appletopia: Media Technology and the Religious Imagination of Steve Jobs (Appletopia: A Tecnologia da Mídia e a Imaginação Religiosa de Steve Jobs). “Com o lançamento de produtos como o Google Cardboard, tornou-se cada vez mais fácil acessar uma experiência de VR, mesmo com um smartphone”.

Muitas pesquisas advertem sobre os comportamentos negativos e viciantes associados ao longo tempo de exposição às telas (de videogames em particular), disse Robinson. “Deixe as crianças explorá-los, mas tenha consciência do equilíbrio de suas atividades”, ele aconselha os pais, e complementa:

“Uma das grandes perdas desta geração foi a falta de contato com a natureza. Eles estão tão imersos nessas tecnologias desde uma idade tão precoce que o mundo natural parece chato e sem encanto. A criança precisa de tempo para explorar o mundo como ele é – não como ele pode ser representado em uma tela. Se ela estiver desconectada da natureza por estar imersa nesses ambientes imaginários, fica muito difícil para ela entender sua própria natureza e sua identidade.”

Mas, Robinson insiste na capacidade infinita que a tecnologia digital tem de  oferecer à humanidade um “vasto estoque de memória para a criação e recriação cultural”.

“Esta é uma época não muito diferente do Renascimento, quando as fontes clássicas foram redescobertas e usadas em arte, política e cultura – levando a um ressurgimento do Humanismo Cristão”, disse Robinson, diretor de comunicação do McGrath Institute for Church Life, de Notre Dame.

Da mesma forma, Eugene Gan, autor de Infinite Bandwidth: Encountering Christ in the Media (Banda larga infinita: Encontrando Cristo na Mídia), enfoca o potencial positivo da Realidade Virtual e de todas as outras tecnologias digitais. “Há uma beleza para a VR, e é por isso que ela atrai as pessoas”, disse o professor da Universidade Franciscana de Steubenville.

Gan aconselha os pais a experimentar a VR com seus filhos, “em vez de proselitismo” sobre os perigos. “Esteja lá com eles e, depois, passe por um método socrático, por assim dizer, de falar sobre o porquê, sobre a necessidade que está sendo enfrentada. E, dessa forma, será desenvolvida a comunicação e a compreensão entre a criança e os pais, que se tornam cada vez mais presentes.”

Se os pais entenderem que o uso da VR está tomando uma direção insalubre para seus filhos, Gan explica que será hora de ” levá-los a uma experiência mais animadora, mais atraente e mais bonita”.

Gan também adverte que, quanto mais a tecnologia avança, mais nos afastamos de Deus, e que há mais casos de “depressão, mais tristeza e mais hábitos que não são saudáveis estão sendo adotados apenas preencher as lacunas”: o vício em todas as suas formas em coisas que não vão nos satisfazer.

A Realidade Virtual não é entretenimento puro, apontou Robinson. Por causa de seu “realismo imersivo”, ele disse, está sendo fortemente promovida pela indústria pornográfica.

“Infelizmente, a inovação nos novos meios de comunicação é, muitas vezes, impulsionada pelo que a indústria de cinema adulto está fazendo”, disse ele. “Quando as fitas de vídeo entraram no mercado pela primeira vez, o VHS acabou se tornando o formato padrão para videocassetes porque os produtores de pornografia achavam que era mais barato que o formato Sony Betamax para a distribuição de filmes para adultos. A internet deu aos produtores de pornô um novo e barato canal de distribuição, onde eles tiveram a liberdade de explorar os limites da tecnologia e moldar os padrões da indústria para outras empresas de mídia também. VR é o próximo.”

Mas a Realidade Virtual também oferece um grande potencial para usos terapêuticos, incluindo a possibilidade de tratar veteranos de guerra com transtorno de estresse pós-traumático (PTSD). “Eles estão descobrindo que, ao reproduzir os cenários que os soldados experimentaram na batalha, eles são capazes de ajudar aqueles com PTSD, deixando-os enfrentar com segurança os momentos mais assustadores ou traumáticos em um cenário virtual”, disse Robinson.

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