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Uma doença crônica mudou para melhor a vida espiritual deste pai de 5 filhos

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Greg DiNapoli

Zoe Romanowsky - publicado em 07/02/17

Greg DiNapoli está doente há 15 anos. E é grato por isso

Houve alguns pontos cruciais na vida de Greg DiNapoli, 42 anos, nestes 15 anos em que ele está doente. Mas o maior deles veio no verão passado, quando sua esposa, Stephanie, estava prestes a deixá-lo.

Livrar-se de um coquetel de remédios que tinham devastado seu organismo durante cinco anos era brutal, e DiNapoli era uma desordem. Ele não sabia o que fazer ou dizer para melhorar as coisas, mas sabia que não queria perder a esposa e os filhos. Por isso, resolveu fazer mais do que tentar curar seu corpo – sua alma e sua família tinham que vir primeiro.

A doença de DiNapoli começou em 2001, depois que ele e Stephanie se casaram. Problemas de estômago começaram a atormentá-lo. Eram cólicas, diarreia sangrenta constante, dores e dores, além de uma severa perda de peso. O ex-jogador de basquete estava muito abaixo de seu peso e teve que ser hospitalizado. Em seguida, ele descobriu a Dieta Específica de Carboidratos e, por 10 anos, enquanto ficou preso a este regime, nada de pão, açúcar, grãos, laticínios, nem alimentos processados – seus sintomas praticamente desapareceram.

Em 2009, DiNapoli começou um trabalho novo e tudo correu por água abaixo novamente. “Muitas das minhas questões na época estavam relacionadas ao estresse, acho, e isso me consumia”, diz DiNapoli. “A dieta não estava mais funcionando e comecei a ter dores nas costas, enxaquecas, irritabilidade e alguns problemas de saúde mental”.

DiNapoli foi a muitos médicos e fez vários exames par saber se tinha a doença de Lyme. Os testes deram negativo, mas um amigo dele estava convencido de que ele tinha Lyme e alguém que ele conhecia recomendou que ele procurasse um especialista em doenças infecciosas. DiNapoli entrou em um consultório e, sem qualquer teste formal, o médico deu-lhe um diagnóstico clínico de doença de Lyme. “Eu tinha ido a tantos médicos e eles não conseguiam entender. Mas aquele cara parecia saber o que estava fazendo”, diz DiNapoli.

O médico começou a tratar DiNapoli com antibióticos pesados e antipsicóticos. As coisas ficaram muito piores, mas toda vez que DiNapoli entrava no consultório e se queixava  de raivas e pensamentos suicidas o médico lhe dizia que era normal e fazia parte de sua desintoxicação de Lyme. “Desesperado para estar bem, eu pensava, ok, você é o médico”, diz ele.

Finalmente, em 2015, após cinco anos de tratamento, DiNapoli disse ao médico que ele estava realizado. Com a ajuda de um médico de integração, ele começou lentamente a se livrar das drogas. Estava tentando recuperar sua saúde, e alguns dias eram melhores do que outros.

Mas, apesar das dificuldades em relação aos problemas de saúde, DiNapoli acredita que o crescimento espiritual e lições que conseguiu tirar de tudo isso mudaram sua vida.

“No meio de tudo isso, eu rezava até certo ponto. Mas ainda havia pecado e tentações. Eu tinha fé, e eu era um católico praticante, e fiz tudo o que eu pensei que deveria fazer, mas nunca me ocorreu que Deus quer que seja arrancado até o menor pecado”, diz DiNapoli. “Deus, realmente, se preocupa com nossa saúde, nossa mente e nosso corpo? Sim ele se preocupa. Mas ele, principalmente, se preocupa com nossas almas. Então, agora ir à Missa ou rezar o rosário é a primeira coisa em que eu penso. Antes eu pensava ‘bem, eu preciso tomar este suplemento, comer este alimento, ou beber este chá’ mas eu ainda tinha aquelas inclinações para cair em tentações que para mim eram pequenas, mas agora eu sei como são grandes.”

Uma experiência espiritual que DiNapoli teve há cerca de um ano também o transformou. Um dia, ele apagou no banheiro e, de repente, viu Jesus de pé ao lado dele. “Ele veio como meu irmão, meu amigo …” lembra DiNapoli com emoção. “Não era o Deus Todo-Poderoso de pé ali … porque quando você realmente precisa de alguém naquele momento você precisa de um amigo que diga ‘você vai passar por isso’, e Ele me disse: ‘Olhe você pode tem duas opções … você pode vir comigo, ou você pode continuar indo para baixo em qualquer estrada que você estiver. Mas você é capaz, você é capaz´”

Levou tempo para DiNapoli processar a experiência, mas isso o tocou profundamente.

Agora, ele é capaz de olhar com gratidão pelo modo como seu sofrimento rendeu frutos em sua vida. “Minha esposa sempre falou sobre gratidão. E quando me concentro, mesmo nos meus piores dias, e apenas respiro fundo e movo meus pensamentos para: você tem uma casa, tem renda, sua esposa é uma santa, seus filhos são lindos … é muito forte. Eu ainda não consigo fazer isso o suficiente, mas é realmente uma das chaves, não apenas gratidão para o básico, mas para os meus relacionamentos. ”

DiNapoli diz que seu casamento nunca foi tão bom, pois, agora, ele entende que a cura começa pela dimensão espiritual da sua vida, antes de qualquer outra coisa. Ainda assim, viver com doença crônica tem altos e baixos e, como marido e pai de 5 filhos, tem sido difícil admitir que ele é fraco e precisa de ajuda. Recentemente, ele e sua esposa pediram ajuda financeira de amigos e familiares e isso foi um desafio. “Ninguém quer fazer isso, mas eu senti que Deus queria que eu me humilhasse.”

DiNapoli diz que a parte mais difícil de viver com doença crônica, porém, é a sua invisibilidade. “As pessoas pensam que a doença é visível … Eles olham para mim e veem um homem de 42 anos que precisa ganhar peso, mas parece muito normal, tem uma esposa, filhos, trabalho … ele está bem. Mas, muitas vezes estou com dor – dor nas articulações, dor de estômago, dor nos nervos, diarréia, e minha mente está em nevoeiro – contudo eu me levanto e me visto, vou trabalhar, tento viver uma vida normal.”

A doença crônica também apresenta um dilema. “Eu ainda mantenho a esperança de que em algum momento vou encontrar saúde, mas não sei se vou melhorar. Então, o que devo fazer? Deus quer que eu apenas lute por isso? Deixo o meu emprego e sofro de deficiência? Essa é a pergunta agora. Minha oração constante é: Deus, deixe claro para mim o que você quer que eu faça.”

DiNapoli acredita que há algo a mais para ele fazer, uma missão que ele ainda tem que encontrar. “Nos últimos 15 anos, eu estava em um modo de sobrevivência, administrando a dor. Agora, eu acho que estou no próximo nível”, diz ele. “Agora, eu preciso de um propósito. Em primeiro lugar, ser um bom marido e pai, mas eu, sinceramente, acho que Deus me trouxe tudo por uma razão. E em algum momento eu espero usar minha experiência e meu conhecimento para ajudar outras pessoas que estão com dor e não sabem mais  para onde ir “.

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