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O amor e o humor em “Lego Batman: o filme”

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DC Comics/Lego Promo

David Ives - Aleteia Brasil - publicado em 10/02/17

O filme é engraçado, mas também reserva um espaço para discutir questões humanas, como a solidão do super-herói

Depois que o filme “Uma Aventura Lego” se tornou sucesso de público e crítica, uma continuação era quase inevitável. Inesperado, no entanto, foi o anúncio de que a primeira sequência não contaria com os personagens principais do primeiro filme, mas de um dos coadjuvantes, o Lego Batman, de Will Arnett.

Mas por que a Warner Brothers tomaria esta decisão? Porque eles não são bobos. O Batman tem sido garantia de audiência por mais de 75 anos e continua tão popular como nunca. Ao longo de décadas, o Homem-Morcego manteve uma série ininterrupta de adaptações bem-sucedidas, desde séries de filmes a clássicos programas de TV e produções extremamente lucrativas. Sim, até mesmo aquele com mamilos na capa fez dinheiro. Então, por que a Warner Brothers não produziria um filme Lego estrelado por uma de suas máquinas favoritas de ganhar dinheiro?

E, sinceramente, para começar o Batman do obcecado Arnett foi uma das coisas mais engraçadas do filme “Uma Aventura Lego”. Então,  parece que ninguém vai se queixar de ver mais um pouco dele. “Lego Batman: o filme” começa com nosso herói pegando cada vilão de Gotham sozinho, derrotando-os sozinho, indo sozinho para casa, comendo sozinho, compondo um sombrio rap-metal sozinho …só para você ter uma ideia. Batman é um solitário.

Claro, ele tem uma verdadeira devoção à figura do mordomo Alfred, um amigo fiel, o Comissário Gordon, e multidões que o adoram. Mas, no final do dia, o Cavaleiro das Trevas determinou que seria melhor se ele fizesse tudo sozinho. Além disso, ele é o Batman. Afinal, por que o Batman precisaria de alguém além do Batman?

Para grande desgosto, no entanto, uma rápida série de eventos transforma o mundo de nosso herói. Gordon se aposenta e é substituído por sua filha Barbara, uma oficial de direito mais do que competente que acredita que é hora do departamento de polícia de Gotham parar de confiar em um vigilante para lidar com tudo. Estonteado por este acontecimento, o distraído Bruce Wayne adota outra identidade, com o nome de Dick Grayson. O pior de tudo é que o Coringa decide se entregar e revelar seu exército de vilões às autoridades, acabando definitivamente com a necessidade de um homem-morcego.

Esta última parte é uma artimanha, obviamente. Em seu desejo de fazer Batman reconhecer a sua co-dependência, o Príncipe Palhaço do Crime arma um esquema que espalha desgraça toda a Gotham. É uma ameaça tão grande (e cheia de surpresas, que é melhor não contar) que Batman não poderia lidar com tudo sozinho. E Batman sempre lidava com tudo sozinho. Então o que um determinado solitário deveria fazer quando confrontado com tal dilema?

Muito parecido com o seu anterior, “Lego Batman: o filme” é uma sucessão rápida de piada após piada. Porém, como acontece com qualquer filme de humor, algumas piadas não são tão engraçadas. Mas você pode ter certeza que logo vem uma que o fará rir.

Como em seu antecessor, conseguimos encontrar algo profundamente humano no filme. O Batman cinematográfico como conhecemos hoje é um homem sombrio, que evita o contato mais humano. Mas por quê? Entre todas as piadas de morcego, esse filme realmente faz essa pergunta e o personagem é forçado a admitir sua solidão.

Deus não nos criou para ficarmos sozinhos. Aliás, o próprio Deus vive em comunidade na Santíssima Trindade, então, se quisermos nos tornar mais semelhantes a ele, teremos que fazer o mesmo. Sim, somos apenas humanos, e nossos relacionamentos, infelizmente, vêm com dores, decepções e (desculpe, Batman) perdas. Mas, apesar destas dificuldades (ou talvez por causa delas), é em nossos relacionamentos que temos a chance de descobrir as coisas que realmente importam.

Embora nem todas as piadas funcionem e o filme talvez seja um pouco longo, o a produção tem bastante coração e humor e pode ser uma das promessas deste ano. Afinal, é o Batman.

Assista ao trailler:

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