Aleteia logoAleteia logoAleteia
Quarta-feira 24 Abril |
Aleteia logo
Atualidade
separateurCreated with Sketch.

ONU acusa que regime sírio e rebeldes cometeram crimes de guerra em Aleppo

Aleppo Syria in 2007

Michael Goodine-cc

Agências de Notícias - publicado em 01/03/17

Treze militares sírios morreram nas últimas 24 horas em intensos combates com os rebeldes nos bairros da periferia leste

Todas as partes envolvidas na batalha de Aleppo, que terminou em 22 de dezembro de 2016 com a tomada total da cidade pelo regime sírio, cometeram crimes de guerra, de acordo com um relatório da Comissão Internacional das Nações Unidas sobre a Síria.

A evacuação de civis da cidade concluída entre o regime e os rebeldes com o apoio de seus respectivos aliados constituiu-se um “crime de guerra” ao envolver o “deslocamento forçado de civis”, de acordo com o relatório, que abrange o período de 21 de julho de 2016, quando começou o cerco a cidade, até sua reconquista completa em 22 de dezembro.

Os autores desta investigação independente enfatizam o papel das forças do regime nesta batalha de uma “violência implacável”, particularmente o papel da Rússia.

“Entre julho e dezembro de 2016, as forças russas e sírias realizaram bombardeios aéreos diários, deixando centenas de mortos e reduzindo a cinzas hospitais, escolas e mercados”, denuncia o documento.

Ele também acusa as forças sírias de uso de armas proibidas, tais como cloro ou bombas de fragmentação.

A comissão de inquérito aponta pela primeira vez o regime de Damasco como responsável pelo ataque a um comboio humanitário em 19 de setembro com ajuda a Orum al-Kubra, perto de Aleppo.

O ataque, que teria matado até 15 trabalhadores humanitários, de acordo com o relatório, despertou a indignação da comunidade internacional e aplacou os esforços de Moscou e Washington para decretar um cessar-fogo na região.

“Todos os relatórios, imagens de satélite, testemunhos e análises no campo (…) implicam as forças sírias”, segundo o relatório, que acusa o governo de Bashar al-Assad de ter cometido um “crime de guerra” ao “atacar deliberadamente” o comboio de ajuda humanitária.

Damasco e Moscou negam qualquer responsabilidade nesse ataque.

O relatório da Comissão também acusa de cometer crimes de guerra os rebeldes sírios que controlavam a zona leste de Aleppo e que conduziram uma “campanha de bombardeios indiscriminados” contra a parte ocidental da cidade, sob controle do governo.

Cita especialmente o ataque a um microônibus de estudantes em 10 de agosto e no qual 13 pessoas morreram e outro em 6 de outubro contra um mercado que matou 12 pessoas.

O relatório também acusa a rebelião de usar civis como escudos humanos, chamando de “crime de guerra” a evacuação de pessoas da zona leste da cidade, acordada entre o regime e os rebeldes apoiados pelos seus respectivos aliados.

– Combates em Damasco –

Treze militares sírios morreram nas últimas 24 horas em intensos combates com os rebeldes nos bairros da periferia leste de Damasco, informou nesta quarta-feira Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Há duas semanas são registrados combates neste setor, onde o regime busca isolar o bairro rebelde de Qabun dos bairros de Teshrin e Barze para impedir que os combatentes rebeldes se movam de uma área para outra.

Damasco pressiona os combatentes desses bairros rebeldes para que assinem um “acordo de reconciliação”, explicou o OSDH.

Os rebeldes e o regime chegaram a assinar um acordo de cessar-fogo em 2014 nesse bairro, mas a violência foi retomada nos últimos tempos.

(AFP)

Tags:
GuerraMundo
Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia