Aleteia logoAleteia logoAleteia
Quinta-feira 28 Março |
Aleteia logo
Curiosidades
separateurCreated with Sketch.

A chave para as obras magistrais do Vaticano

peter-keys

Domínio Público

Gelsomino Del Guercio - Aleteia Brasil - publicado em 03/03/17

Conheça o homem que entra todos os dias na Capela Sistina... para trabalhar!

Ele cuida de 2.797 chaves. De todas elas, 300 são usadas diariamente para abrir e fechar os Museus Vaticanos. Todas as manhãs, ele chega às 5h45 à Gendarmaria para retirar as chaves e abrir as portas das salas repletas de arte que são visitadas anualmente por 6 milhões de pessoas.

Gianni Crea, romano de 45 anos de idade, é o guardião das chaves dos Museus Vaticanos. Ao longo dos últimos cinco anos, ele tem exercido a função de chefiar os clavígeros, ou seja, os responsáveis por todas e cada uma dessas chaves.

clavigero

O “bunker”

Eu cuido de todas as chaves do Museu do Papa. Trezentas são usadas todos os dias para abrir e fechar as diversas seções. As outras 2.400 chaves ficam guardadas em um bunker com ar condicionado para impedir a ferrugem e são vistoriadas semanalmente para verificar sua funcionalidade. Conheço as chaves tão bem quanto os meus bolsos“, afirma Gianni.

As três chaves mais antigas e preciosas são:

– A número 1, que abre o portão monumental, usado hoje como saída dos Museus do Vaticano;
– A número 401, que pesa nada menos que meio quilo e abre o portão de entrada do Museu Pio Clementino;
– E a famosa chave sem número…

A chave sem número

A maior e mais importante de todas é a chave sem número, que abre uma das máximas preciosidades da arte e da devoção cristã: a Capela Sistina, sede, desde 1492, do conclave que elege o Sucessor de Pedro.

Esta chave é mantida no bunker, dentro de um envelope fechado, selado e assinado pela direção. Seu uso deve ser expressamente autorizado e protocolado em um antigo registro, no qual também deve ser escrita a razão para cada uma das utilizações, junto com os horários de retirada e devolução da chave sem número.

Em tempos de conclave

E o que acontece quando há um conclave? “O clavígero“, explica Gianni, “é o herdeiro do Marechal do Conclave, que era quem selava todas as portas em torno à Capela Sistina para garantir o silêncio e o segredo de tudo o que acontecia no conclave“. A tarefa-mestra do clavígero é precisamente esta: fechar e selar todas as salas ao redor da Capela Sistina.

Chaves eletrônicas

Nos últimos anos, os novos setores dos Museus receberam também chaves eletrônicas, que nada têm a ver com as pesados e tradicionais chaves de ferro. Cada seção dos Museus tem uma numeração sequencial: por exemplo, o molho que abre o Museu Gregoriano vai da chave número 200 à de número 300; o que abre a Pinacoteca vai do 301 ao 400; o Museu Etrusco, do 501 ao 600, e assim por diante, para cada uma das doze seções.

E se o clavígero ficar doente?

Há substitutos, mas aconteceu raríssimamente”, conta Gianni, sorrindo. “Eu estou afeiçoado às minhas chaves”, completa, como quem diz que não tem tempo nem motivo para ficar doente.

Saiba mais sobre Gianni

O homem das chaves dos Museus Vaticanos deu uma interessante entrevista ao jornal italiano La Repubblica, que você pode conferir aqui (em italiano).

Tags:
Arte
Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia