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Como posso me comunicar com os anjos?

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Pe. Antonio Maria Cárdenas - publicado em 13/03/17

Quem ensina é o Anjo da Paz que apareceu em Fátima aos três pastorinhos

Ao narrar a primeira aparição do Anjo, que ocorreu na primavera de 1916, irmã Lúcia descreve-o, em suas memórias, como “uma luz mais branca que a neve, com a forma de um jovem, transparente, mais brilhante que um cristal atravessado pelos raios do sol”.

Esta descrição coincide com a que é feita na Sagrada Escritura: “Houve um grande terremoto porque um Anjo do Senhor, descendo do céu, removeu a pedra e se sentou sobre ela. Seu aspecto era como um relâmpago e seu vestido branco como a neve” (Mt 28, 2-4). O livro do Apocalipse também descreve um anjo cujo “rosto era como o sol” (Ap. 10,1).

A irmã Lúcia, que na época da aparição tinha 9 anos, continua narrando o momento em que o Anjo começou a falar. As palavras dele foram: “Não temais! Eu sou o Anjo da Paz. Ore comigo: Meu Deus, eu creio, adoro, espero e vos amo. Peço-Vos perdão pelos que não creem, não adoram, não esperam e não vos amam”.

Ou seja, o Anjo de Fátima não somente se deixa ver, mas também entra em comunicação com os pastorinhos, o que já é um grande ensinamento: os anjos querem formar uma comunidade de salvação com os homens, e para isso podem tomar um corpo e falar conosco.

É notório e há que se ressaltar que o Anjo fala com as crianças sem que elas tenham feito ou praticado técnicas especiais, como a Nova Era ensina de maneira falsa e equivocada. Também é falsa a devoção aos anjos em que a comunicação com estes nossos amigos se baseia em rituais restritos aos supostamente iniciados.

O Anjo da Paz nos dá uma lição: os anjos se comunicam conosco e falam com os homens e, para estabelecer este diálogo e falar com ele não é preciso fazer nenhum curso especial nem usar alguma técnica específica. Para ouvir o anjo é necessário afinar o ouvido espiritual, a consciência, voltar a ser criança.

Por isso, quem diz que não consegue escutar seu anjo deveria fazer um exame de consciência.

E o Anjo ensina as crianças a rezar. Uma oração em que nos dirigimos a Deus, dizendo-lhe que o amamos, que cremos nele e que o adoramos.

As palavras dos anjos nos sugerem, precisamente, palavras cheias de amor, reverência, sentimentos santos, atitudes e comportamentos misericordiosos e edificantes.

Uma lição de 1916 que o Anjo nos dá e que se aplica perfeitamente aos dias atuais, em que aparecem todos os tipos de cursos falsos que dizem ensinar a ouvir os anjos quando, na verdade, não transmitem nenhum sentimento de caridade, mas, sim, mensagens egoístas, de auto-redenção e auto-realização que estão bem longe do que pregava o Anjo da Paz.

E, se ouvirmos a voz deste grande amigo que cada um de nós tem ao nosso lado, escutaremos que o Anjo quer que honremos a Deus, que alegremos a Deus e que sirvamos a Deus.

Isto é algo evidente desde a primeira aparição. O Anjo não se atém em conversas supérfluas ou que o afastem de sua missão; chega ensinando: “Meu Deus, eu creio, adoro, espero e vos amo”. Ele leva os pastorzinhos à adoração.

O Anjo não só deseja, mas ensina, nos empurra e adverte para que aprendamos. Em Fátima, o Anjo ensina aos pastorinhos colocando-se em terra, aproximando a testa ao chão – e as crianças seguem a mesma atitude. O Anjo não tem somente um papel passivo, mas sua tarefa consiste em se comprometer com cada um de nós, para que aprendamos a fixar nossos olhares em Deus.

Pelo que foi narrado, entende-se que os santos anjos não devem ser vistos como “meros anjinhos”, mas poderosos, iluminados, radiantes, com capacidades maiores do que as nossas. Com quanta reverência devemos, então, venerar e nos relacionarmos com estes bons amigos?

O Anjo chega a cumprir uma missão: ensinar e preparar as crianças para a aparição de Nossa Senhora. O anjo é servo de Deus, não nosso servo. Ele vem realizar uma tarefa dentro da economia de salvação. E, aqui, há algo bonito e assombroso: os anjos-da-guarda, assim como fez o Anjo em Fátima, nos ensinam, são como “professores particulares” para que possamos receber o plano que Deus nos revela e, assim como os pastorinhos imitaram o anjo em seus movimentos e palavras, nós também devemos imitá-los, pois eles são mestres, professores enviados por Deus para nos ensinar.

Neste sentido, nos perguntamos: como um anjo reza? E vamos imitá-lo, como fizeram as crianças em Fátima. Grandes lições que os anjos nos dão. Seguiremos falando sobre este tema para nos aprofundarmos e prepararmos nossas almas neste ano jubilar de Fátima.

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