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O que eu sofri me faz ser quem eu sou

hombre mirando la lluvia – pt

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Carlos Padilla Esteban - publicado em 27/04/17

Quero que me vejam como eu sou. E me amem assim

Nós nos reconhecemos por nossas feridas. O que me fez doer no mais profundo fez-me ser quem sou. Mas as minhas feridas me assustam. E eu as tapo. Creio que elas já me causaram bastante sofrimento. Por isso, cubro-me.

Porém, este homem sem feridas não sou eu. Na verdade, quero que me vejam como eu sou e me amem assim. É desta forma que Deus me vê e me ama.

Jesus me mostra as marcas Dele. É Ele. Ferido, porque soube assumir todo o seu amor. Não chegou a todos, nem todos o compreenderam, não queriam ouvir outras formas de fazer as coisas. Ele não curou todo mundo. Os mais sábios não o amaram.

Ele se sentiu impotente, sozinho, abandonado na sua mais profunda verdade. Alguns os procuraram por causa de seus milagres e, depois, o deixaram. Essas feridas são as que ficaram em Jesus. Junto com a dor de deixar seus amigos e sua mãe, com quem compartilhava tudo.

Ele deixou de olhar para o lago e caminhou pela terra. As provocações, a indiferença. A necessidade da ajuda dos amigos na cruz. O pranto da mãe. O desejo de que os seus estivessem perto. A preocupação em deixá-los sozinhos. A dor física. As feridas. Os pregos. O peito aberto.

Tanto amor que Ele deixou nesta terra…Tantas pessoas que ficaram órfãs. As feridas foram profundas. A dor pela negação de um amigo, pela traição de outro, pelos gritos de tantos, pelo silêncio de muitos. Os pregos. A lança.

Ele amou tanto aqueles homens… Olhou com olhos humanos. Acariciou e sustentou corações com mãos de carne – agora atravessadas. Caminhou ao lado de homens de todas as condições. Sorriu, amou, desejou, sonhou, recordou, teve medo, temeu perder seus entes queridos.

Ele se encarnou para sempre para me compreender, para me levar ao céu, para dar sentido às minhas perguntas. E para me mostrar um amor incondicional e gratuito que foi criado em meu coração. Um amor sem medida, como o que Ele mostrou em sua vida e em sua morte.

E agora, em sua ressurreição, ele volta para mim. Não me deixa. Fica comigo. Mostra suas feridas, para que eu o reconheça. É Ele. Só pode ser Ele. Não é um fantasma. É quem viveu e morreu por mim. Agora, está vivo ao meu lado.

Ele sabe que sem Ele eu não posso ficar. Sabe que preciso dele, que sou feito para a vida e para a alegria. Para a plenitude. Por isso, Ele se coloca no meio da minha vida, porque tenho medo. Ele me mostra suas feridas, suas provas de amor.

Para quem eu mostro minhas feridas? Quem sou eu? Qual é o nome de minhas feridas?

Jesus me ensina que minha dor, minhas carências, meus medos e minhas faltas de amor são marcas que me fazem ser quem eu sou.

E, de onde ele está, Jesus vem me dizer que me ama. Que tudo tem um sentido. Que ele já carregou minha dor, que há amou. Que eu não estou sozinho no caminho. Que Ele já o percorreu antes. Que morreu por mim e agora continua vivo para voltar a caminhar ao meu lado.

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