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A hipertensão arterial e a prática religiosa

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Vanderlei de Lima - Igor Precinoti - publicado em 11/05/17

Diversos estudos demonstram a importância dos hábitos de vida na prevenção e no tratamento da hipertensão arterial

Segundo a Organização mundial da Saúde, um em cada três adultos sofrem com “pressão alta”, a hipertensão arterial.

Ora, a hipertensão arterial é um dos fatores mais importantes para as doenças cardíacas ou o derrame cerebral e segundo estudo da Global Burden of Disease, em 2000, ocorreram 7,6 milhões de mortes em todo o mundo decorrentes de pressão arterial elevada.

Para melhor entender o problema, vamos a uma importante comparação: os vasos sanguíneos podem ser assemelhados a mangueiras de água ligadas a uma torneira. Se alguém pisar na mangueira ou obstruir uma ponta, a pressão de água dentro da mangueira aumenta. Também no caso dos vasos sanguíneos, se ocorrer algum estreitamento, a pressão aumenta igualmente. Esse aumento da pressão é denominada hipertensão arterial

Ela afeta os vasos sanguíneos e devido a essa agressão tais vasos podem se romper ou entupir. Quando esse entupimento acontece nos vasos do coração, temos o infarto, quando o entupimento ou um rompimento ocorre no cérebro, há o derrame (chamado de Acidente Vascular Cerebral – AVC).

No entanto, tudo isso pode ser prevenido. Sim, diversos estudos demonstram a importância dos hábitos de vida na prevenção e no tratamento da hipertensão arterial, dentre eles podemos citar: a prática de atividades físicas: estudos demonstram que uma pequena caminhada de 20 minutos, 3 vezes por semana, já mostra bons resultados na prevenção da hipertensão; evitar alimentos muito gordurosos e muito salgados; fugir da ingestão excessiva de bebidas alcoólicas; interromper o tabagismo; combater a obesidade etc.

Além dessas importantes e oportunas recomendações, há muito tempo pesquisas científicas vêm demonstrando que a prática religiosa também pode ser uma ferramenta na prevenção e no combate a hipertensão arterial.

Uma revisão de estudos científicos que associam religiosidade e saúde foi publicada, em 2012, na International Scholarity Research Network Psychiatry, e nesse trabalho foram encontrados 39 estudos de alta qualidade que avaliavam a relação entre a pressão arterial e a prática religiosa. Dentre os 39 estudos, 24 (62%) observaram que indivíduos religiosos apresentavam menores índices de hipertensão arterial.

Mais: um trabalho muito interessante, publicado ainda em 1978, no Journal of Behavioral Medicine,demonstrou o seguinte: entre os indivíduos religiosos, aqueles que frequentavam a igreja assiduamente apresentavam os níveis de pressão arterial mais baixos, em comparação com não frequentadores. Estes tinham pressão arterial mais elevado, ficando, portanto, com a saúde em perigo.

Daí se vê, ante a ciência médica, que não basta apenas se autoafirmar religioso(a), ao responder um censo ou qualquer outro questionário de pesquisa, pois os benefícios da fé e da espiritualidade só são eficazes naqueles que, realmente, frequentam, com regularidade, as atividades religiosas estipuladas pelo seu Credo.

Aqui, não se pode deixar de lembrar dois pontos importantes no que toca à religião. O primeiro é o de que ela é a religação – conforme a própria etimologia aponta – do ser humano com Deus, o Pai amoroso que nos chama a ser filhos por meio de seu Filho Jesus Cristo (cf. Gl 4,5). Portanto, a prática religiosa não há de ser buscada como um “pronto-socorro” aos nossos problemas, mas, sim, como culto a Deus que, por ser Deus, merece louvor, independentemente de tudo o mais.

O segundo diz respeito ao chamados “católicos não praticantes”, ou seja, àquelas pessoas batizadas, crismadas e com a primeira Eucaristia ou até casadas no religioso, mas que por alguma razão, séria ou não, se afastaram da comunidade e, por consequência, dos sacramentos. A estes é preciso lembrar o que ensina São Leão Magno († 461): “Reconhece, ó cristão, a tua dignidade!”, ou seja, você é filho(a) de Deus. Volte à casa do Pai a fim de receber d’Ele bens à alma e ao corpo. Eis o convite!

Vanderlei de Lima é eremita na Diocese de Amparo; Igor Precinoti é médico, pós-graduado em Medicina Intensiva (UTI), especialista em Infectologia e doutorando em Clínica Médica pela USP.

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