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Afinal, de onde veio o diabo?

Nossa Senhora esmaga a serpente

Godong___Photononstop_AI

Aleteia Brasil - publicado em 17/05/17

Há três possíveis respostas

Desde sempre, o homem se pergunta:

Mas como é possível que, num mundo tão maravilhoso, criado por um Deus tão bom, possa existir o diabo, estragando o universo com a sua maldade?

São três as possíveis respostas.

1 – Mito

A primeira resposta é aquela do mundo da crítica, ao sustentar que a história do diabo nada mais é que um conto mitológico para explicar o mal, a doença e a morte que nos rodeiam. De acordo com os que assim pensam, o diabo não existe como ser pessoal, mas apenas na mente dos ignorantes.

2 – Dois “deuses”, um bom e outro mau

Outros pensam que o diabo sempre existiu como um princípio oposto a Deus. Existiriam, segundo essa ideia, dois deuses: um bom e o outro mau, sempre em oposição um ao outro. Várias religiões antigas sustentam essa ideia, mas ela é contrária ao que encontramos na Bíblia: segundo a Bíblia, tudo o que foi criado está sob o domínio de um único Deus.

3 – O anjo livre que se rebelou

A terceira possibilidade – que é a doutrina baseada na Bíblia e no Magistério da Igreja – é que Deus criou todo o universo, com tudo o que é espiritual e tudo o que é material. No princípio, tudo era bom, já que nenhum mal pode vir de Deus. O próprio diabo era um anjo repleto de dons e beleza, mas, usando da liberdade que Deus concedeu a todos os seres dotados de inteligência, deixou-se encher de arrogância e rebeldia e voltou-se contra Deus. Eis a explicação fundamental para o mal: a ausência do bem, originada por uma voluntária rejeição do bem, com todas as consequências que daí surgem. Deus não “criou” o mal como resultado querido de sua obra: ao nos amar tanto, a ponto de fazer-nos livres para escolher entre aceitar ou rejeitar o bem, Deus permitiu que nós mesmos, suas criaturas boas, pudéssemos renunciar ao bem, que é gratuito e nunca imposto, causando assim o mal, que é precisamente a ausência desse bem. Se tudo foi criado e permitido por Deus, é correto afirmar que também o mal só existe porque Ele permite – mas não como algo diretamente desejado por Deus, e sim como algo possível que decorre das escolhas feitas pelas criaturas livres; entre elas, os anjos, e, entre os anjos, aqueles que se rebelaram, como o diabo.

São João, no livro do Apocalipse, nos fala da batalha entre o Arcanjo São Miguel e Lúcifer:

E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos; mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra e os seus anjos foram lançados com ele (Ap 12, 7-9).

Outro texto apresentado com frequência como referência à origem de Satanás é encontrado em Ezequiel. O texto se refere ao rei de Tiro, mas costuma ser interpretado como alusão à queda de Satanás:

A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: filho do homem, entoa um cântico fúnebre sobre o rei de Tiro e dize-lhe: Eis o que diz o Senhor Javé: Eras um selo de perfeição, cheio de sabedoria, de uma beleza completa. Estavas no Éden, jardim de Deus, estavas coberto de gemas diversas: sardônica, topázio e diamante, crisólito, ônix e jaspe, safira, carbúnculo e esmeralda; trabalhados em ouro. Tamborins e flautas estavam a teu serviço, prontos desde o dia em que foste criado. Eras um querubim protetor colocado sobre a montanha santa de Deus; passeavas entre as pedras de fogo. Foste irrepreensível em teu proceder desde o dia em que foste criado, até que a iniquidade apareceu em ti. No desenvolvimento do teu comércio, encheram-se as tuas entranhas de violência e pecado; por isso eu te bani da montanha de Deus e te fiz perecer, ó querubim protetor, em meio às pedras de fogo. Teu coração se inflou de orgulho devido à tua beleza, arruinaste a tua sabedoria por causa do teu esplendor; precipitei-te em terra e dei com isso um espetáculo aos reis (Ez 28, 11-17).

São Paulo também alude à queda do diabo por sua soberba:

“…não aconteça que, ofuscado pela vaidade, venha a cair na mesma condenação que o demônio” ( I Timóteo 3, 6).

Ainda sobre as origens do diabo, o teólogo patrístico Orígenes afirma:

“Com relação ao diabo e seus anjos e os inimigos poderosos, o ensinamento da Igreja atesta que estes seres realmente existem; mas não sabemos claramente como eles são. A opinião comum, no entanto, é a de que o diabo era um anjo e, devido ao fato de ter-se rebelado, atraiu para si um grande número que o seguiu; e estes, mesmo hoje, são chamados de seus anjos”.

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Adaptado de original de:

RODRIGUES, Rafael. De onde veio o Diabo? Disponível em: http://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/doutrina-teologia/demonologia/461-de-onde-veio-o-diabo – Desde: 07/11/2011.

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