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Atentado em Cabul deixa 80 mortos e mais de 300 feridos

<p>Afegãos passam por uma cratera provocada pela explosão de um carro-bomba em 30 de junho, em Cabul</p>

Agências de Notícias - publicado em 31/05/17

Ao menos 80 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas em um atentado com caminhão-bomba nesta quarta-feira no bairro diplomático de Cabul, o que marca um início sangrento do Ramadã.

O ataque, um dos mais violentos contra esta zona ultraprotegida que abriga várias embaixadas, aconteceu em um horário de muito movimento.

“A explosão foi provocada por um caminhão-pipa que continha mais de uma tonelada e meia de explosivos. Deixou uma cratera de sete metros de profundidade”, afirmou à AFP uma fonte ocidental em Cabul.

A carga explosiva foi acionada por um homem-bomba às 08H30 locais (1H30 de Brasília), segundo o ministério do Interior.

A explosão provocou uma potente onda expansiva e muitos danos nas proximidades, segundo as imagens aéreas exibidas pelo canal afegão Tolo.

O ataque não foi reivindicado até o momento. Também não foi possível determinar o objetivo exato do ataque. De acordo com a embaixada americana em Cabul, a explosão aconteceu “perto da embaixada da Alemanha, em uma rua muito movimentada”.

Os talibãs, que anunciaram no fim de abril o início da “ofensiva de primavera”, afirmaram no Twitter que não têm envolvimento com o atentado de Cabul, que condenam “com veemência”. No passado, os talibãs não reivindicaram ataques com grande quantidade de vítimas civis.

O grupo extremista Estado Islâmico (EI), responsável por vários atentados violentos em Cabul nos últimos meses, não se pronunciou até o momento.

“Lamentavelmente o balanço subiu a 80 mortos e mais de 300 feridos, incluindo mulheres e crianças”, disse o porta-voz do ministério da Saúde, Waheed Majroh.

O balanço pode ser ainda maior, já que os serviços de resgate ainda estão retirando corpos dos escombros.

Entre as vítimas estão um guarda afegão da embaixada da Alemanha e um motorista, também afegão, da BBC, assim como um jornalista do canal afegão Tolo.

Funcionários da embaixada alemã e quatro jornalistas da BBC ficaram feridos.

A explosão foi tão violenta que abalou grande parte da cidade, quebrando portas e janelas, e gerando pânico entre a população.

A área do ataque estava repleta de carros destruídos. As forças de segurança e os serviços de emergência foram mobilizados. Um helicóptero sobrevoava a região.

Com o número elevado de vítimas, o ministério do Interior fez um apelo à população para a doação de sangue nos hospitais da capital.

– ‘Crime de guerra’ –

Várias embaixadas mencionaram danos materiais, incluindo as representações da França, Alemanha, Japão, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Índia e Bulgária.

O ministro alemão das Relações Exteriores, Sigmar Gabriel, declarou que “tais ataques não modificam nossa determinação de apoiar o governo afegão em seus esforços para estabilizar o país”.

A missão da Otan no país elogiou a “vigilância e a coragem das forças de segurança afegãs que impediram o veículo” de avançar ainda mais na zona diplomática.

As autoridades afegãs condenaram o atentado, que acontece poucos dias após o início do Ramadã, o mês sagrado de jejum muçulmano.

Para o presidente Ashraf Ghani, este foi um “crime de guerra”.

“Estes terroristas continuam matando inocentes inclusive durante o mês sagrado do Ramadã”, afirmou, indignado.

O chefe do Executivo afegão, Abdullah Abdullah, condenou o ataque no Twitter.

“Estamos a favor da paz, mas os que nos matam durante o mês sagrado do Ramadã não merecem ser convocados para selar a paz, devem ser destruídos”, escreveu.

A organização Anistia Internacional também condenou um “horrível ato de violência deliberado, que demonstra que o conflito no Afeganistão não diminui, e sim aumenta perigosamente, de uma maneira que deveria alarmar a comunidade internacional”.

O ataque aconteceu em um contexto de grande incerteza para o Afeganistão. O presidente americano, Donald Trump, está examinando o possível envio de milhares de militares para enfrentar a situação.

O diretor do Pentágono, Jim Mattis, declarou há alguns dias que 2017 será um ano difícil para o exército afegão e para os soldados estrangeiros enviados ao Afeganistão.

O governo dos Estados Unidos, envolvido no Afeganistão no conflito mais longo de sua história, mantém no país 8.400 soldados, ao lado de 5.000 militares dos países aliados, com a missão primordial de treinar e assessorar as Forças Armadas afegãs.

(AFP)

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