A chinesa Chen Guiqiu me lembra do que é verdade sobre o casamento: uma esposa tem mais poder do que ela percebe
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Embora muitos tenham tentado lutar contra os contínuos abusos dos direitos humanos na China, talvez nenhum grupo tenha sido tão bem sucedido quanto o das esposas de presos políticos. Elas têm lutado feroz e publicamente por seus maridos, apesar das medidas cada vez mais desesperadas do governo para silenciá-las.
Sua incrível história foi o foco de um encontro nos EUA na semana passada. The New York Times detalha como essas mulheres estão chamando a atenção para o sistemático abuso, opressão e coerção do governo contra seus maridos.
“A história das esposas é uma das grandes histórias da luta contra a repressão”, disse Terence Halliday, pesquisadora da American Bar Foundation em Chicago, que escreveu um livro sobre advogados de defesa criminal chinesa. “Meu Deus, a atenção que elas trouxeram, não apenas para seus maridos, mas também para o estado da repressão”.
Chen Guiqiu, cujo marido Xie Yang foi preso na primeira onda da repressão, sempre confiou na polícia. Ela até mesmo cumpriu com seus pedidos ilegais, acreditando que a inocência de seu marido e seu silêncio logo trariam sua liberdade. Até que ela foi impedida de levar suas filhas para uma viagem a Hong Kong, onde alegaram que ela era um “risco de segurança”, e ela percebeu o que realmente estava acontecendo – seu marido não seria julgado de maneira justa. O governo já o viu como culpado, e sua família como culpada por associação.
Então ela pegou suas filhas e fugiu. As autoridades chinesas as perseguiram, por todo o caminho até o aeroporto, onde os funcionários das embaixadas dos EUA discutiram acaloradamente com os oficiais tailandeses e chineses por horas, quase gerando uma briga. Ela ainda luta por seu marido dos EUA, apesar de seu recente julgamento e convicção.
O poder do amor e da devoção de Chen Guiqiu é um contraste notável com o que geralmente vemos. Estamos inundados com representações simplistas de maridos e mulheres. Caricaturas de um casamento.
Mas há uma verdade sobre o casamento: uma esposa tem mais poder do que ela percebe.
Eu, como esposa, tenho o poder de edificá-lo, amá-lo e defendê-lo – um poder tão grande que pode ameaçar um governo opressor. Por que eu usaria isso para fragilizá-lo?
Há todos os tipos de respostas, mas nenhuma delas é importante. Isso está errado. O casamento pode ser uma beleza, um refúgio e uma fortaleza dentro da qual meu marido e eu podemos enfrentar o mundo. Ou pode ser um campo de batalha, repletos de fantasmas de nossas falsas esperanças e sonhos. O poder de escolher qual será depende de mim.
Madre Teresa dizia: “Se você quer mudar o mundo, vá para casa e ame sua família”. Sempre pensei que fosse um daqueles pensamentos excêntricos. Mas a história das esposas chinesas dá um novo significado. Quero dizer, ficar em casa e amar minha família – meu marido – não mudará necessariamente o mundo, mas mudará nosso mundo.
E é nesse mundo que estou morando.