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“Biobags” e a cultura da vida

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Grace Emily Stark - publicado em 14/06/17

Um novo artefato notável pode ter o potencial de salvar o menor dos bebês prematuros

Todos os anos, cerca de 10% dos bebês nascidos nos Estados Unidos são prematuros com menos de 37 semanas de gestação. A ciência médica continuamente impulsiona os limites da viabilidade, e hoje, os bebês prematuros nascidos de 22 a 23 semanas têm uma chance de sobrevivência de 50%. Mas, embora estes bebês tenham uma chance maior de sobreviver, eles permanecem em alto risco (90%) por incapacidade de longo prazo, incluindo paralisia cerebral e doença pulmonar crônica. Esta realidade pode mudar nos próximos anos, agora que pesquisadores do Children’s Hospital of Philadelphia (CHOP) – Hospital Infantil da Filadélfia – anunciaram a invenção de um “artefato parecido com o útero” que pode ajudar no cuidado de bebês prematuros.

Ao contrário do ambiente “seco” das incubadoras – a melhor intervenção que a ciência médica atualmente tem para oferecer a esses pequenos – a “Biobag” dos pesquisadores da CHOP é preenchida com líquido amniótico criado em laboratório. Imitando o ambiente do útero, as bolsas têm potencial para um dia fornecer aos prematuros as preciosas semanas adicionais necessárias para o desenvolvimento contínuo, especialmente de seus pequenos pulmões, que simplesmente ainda não estão preparados para respirar. Até agora, os pesquisadores mantiveram com sucesso ovelhas infantis prematuras (que são semelhantes ao desenvolvimento de bebês humanos no útero) vivas nas bolsas por até 28 dias. Além disso, as ovelhas continuaram a se desenvolver e crescer tanto fisicamente quanto neurologicamente dentro das Biobags.

Com base no sucesso das bolsas com as ovelhas, os pesquisadores do CHOP agora estão conversando com o FDA (Food and Drug Administration) sobre a possibilidade de futuros testes humanos. Longe de prometer a substituição do útero humano, os pesquisadores enfatizam que as bolsas são destinadas a atuar como uma “ponte” do útero para o mundo para os prematuros durante o estágio crítico de desenvolvimento da 23ª a 28ª semana de vida, após os riscos de morte e doença pulmonar diminuírem.

 Uma “vitória” para a cultura da vida 

Estas Biobags representam um passo significativo na afirmação e respeito da personalidade do mais pequeno, mais frágil entre nós; uma verdadeira benção em promover a cultura da vida e inibir a cultura da morte.

Pode-se também imaginar que, em um mundo onde a Biobag se torne uma opção viável para bebês prematuros, o público em geral possa não mais concordar que permitir “abortos para preservar a vida da mãe” é necessário. Afinal, se existir uma maneira legítima de trazer à luz com segurança um bebê mais cedo (se necessário para a saúde da mãe), e ainda garantir sua sobrevivência (via Biobag), então quem poderia continuar a argumentar que abortar é “necessário”.

Claro que essa tecnologia não deve ser aprovada e usada ​​sem uma discussão criteriosa das implicações éticas. Imagine-se, por exemplo, um “Admirável Mundo Novo” de Huxley, em que os bebês humanos são criados em laboratório. Mas há de se avaliar e estudar o bem inerente que esta tecnologia poderia trazer para ajudar a salvar a vida dos bebê criticamente prematuros.

(Adaptado do artigo original em inglês)

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