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Por que os santos são santos?

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AASCJ - publicado em 28/06/17

Examinando a vida dos santos, verifica-se que a oração fervorosa era o princípio básico de suas atividades

Se nos dedicarmos atentamente à leitura da vida dos santos, se os observarmos com todo cuidado, acompanhando-os nas lutas que empreenderam e nos trabalhos que suportaram heroicamente, verificaremos que a oração fervorosa e contínua constitui o princípio básico da sua atividade.

Muitas vezes eles se abstinham da comida, bebida ou do repouso reconfortante do sono, mas nunca deixavam de rezar. As suas palavras, os seus trabalhos, as suas ocupações estavam impregnados do espírito de oração. Mesmo quando se dedicavam o dia todo às obras de caridade, ao ensino,  à pregação ou a qualquer outra atividade obrigatória, não esqueciam jamais a oração, permanecendo grande parte da noite em contemplação e meditação.

Como é edificante a descrição da vida que levavam os anacoretas e monges do deserto! Como se dedicavam esses homens à oração! Santo Antão, inspirado por Deus, procurou um dia descobrir onde se encontrava o grande eremita São Paulo. Chegando ao local onde o mesmo se achava, santificaram ambos este dia, votado exclusivamente à oração e santos colóquios, em que Deus Nosso Senhor era o assunto. À noite, apareceu-lhes um corvo que trazia um pão na extremidade do bico. “Veja como Deus é bom”, exclamou Paulo. “Faz hoje 60 anos que Deus me envia diariamente meio pão por seu intermédio; e agora, para comemorar a tua chegada, manda um pão inteiro”. Comovidos e cheios de reconhecimento pela dádiva recebida, continuaram a louvar a Deus com o maior fervor possível e assim permaneceram a noite inteira, só se alimentando com o pão depois de feitas as orações. Este é apenas um exemplo dentre muitos e que nos ensina qual o espírito de oração dos santos anacoretas.

Admirável também é o espírito de oração manifestado por São Patrício, apóstolo da Irlanda. Foi devido ao seu trabalho e zelo que esta ilha se converteu, tornando-se o seu povo verdadeiramente cristão. Rezava diariamente todo o Saltério; curvava-se durante o dia em 300 genuflexões, persignando-se centenas de vezes. A noite era dividida por ele em três partes: uma passava de joelhos, a outra de pé, rezando, e a última parte apenas é que destinava ao sono.

São Francisco de Assis permanecia também muitas noites em oração, dedicando-lhe a maior parte do seu tempo. Os irmãos, seus companheiros, costumavam observá-lo e em muitas ocasiões o ouviram repetir uma infinidade de vezes: “Meu Deus e meu tudo”. Retirava-se frequentemente à solidão para rezar.

São Domingos ficava o dia todo absorvido pela pregação e pelos trabalhos apostólicos. Durante a noite, prostrava-se em frente ao tabernáculo, e quando a Igreja se achava fechada, ajoelhava-se diante da porta, permanecendo assim durante muitas horas, em oração.

Santa Isabel de Hungria gostava muito de rezar, consagrava-se inteiramente à oração. Rezava não somente durante o dia, nas horas determinadas, mas também à noite levantava-se do leito, ficando de joelhos em fervorosa oração. Sua alma, impregnada de fé e piedade, ainda mais se aproximava de Deus, suplicando pela pobre Humanidade pecadora. Só abreviava a oração quando seu esposo o reclamava, receando que o excesso de fervor a fizesse adoecer.

Santo Antônio, o popular Santo Antônio, antes de ser chamado para a vida apostólica, entregava-se à contemplação. Mais tarde, tornando-se pregador e doutor em teologia, continuava a rezar muito. Frequentemente saudava a Nossa Senhora, recitando o belo hino: “O gloriosa Domina”, repetindo amiúde a antífona: “Ecce crucem Domini”,para afugentar o demônio.

São Luis Gonzaga tinha grande predileção pela oração. Era-lhe visivelmente penoso quando tinha de interrompê-la, o que se notava claramente. Conservava-se muitas vezes de joelhos cinco horas a fio. 

A vida de Santo Afonso Maria de Ligório também é bastante conhecida. Compôs e legou de sua lavra as mais belas visitas ao Santíssimo Sacramento e a Maria Santíssima. Ilustrou a Igreja com um belo livro em que demonstra a utilidade e a necessidade da oração. O que recomendou procurou por em prática com todo zelo e ardor. Vivia rezando.

Poderíamos citar ainda muitos nomes de outros Santos, homens seculares, simples lavradores, tal como Santo Isidoro, ou militares que se constituem em defensores da pátria, os que se empregam em exercer o trabalho civil do funcionalismo, monarcas em todo apogeu do seu poder, como o Imperador Henrique, Luis, rei da França, tão célebres pela sua piedade, ou homens pobres, como era José Bento Labre, que emprestaram à oração a máxima importância, consagrando-lhe o melhor do tempo que dispunham.

Todos esses homens, sejam os que abraçaram o estado religioso, ou os que eram simples seculares, os que constituíam família, ou os celibatários, os que viviam na opulência, ou os que passavam as maiores privações, os de posição elevada, ou os extremamente modestos, pobres desconhecidos, pelo seu baixo nível social, eram homens de oração que cumpriram à risca a palavra de Nosso Senhor: “É preciso rezar sempre, sem cessar” (Lc. 18, 1). Assim eles conseguiram triunfar do mal, atingiram a perfeição e se santificaram.

Hoje, infelizmente, os homens rezam pouco ou rezam mal, mil desculpas são forjadas, inúmeros pretextos se alegam para se eximirem da obrigação de rezar. A oração é tida como coisa dispensável ou de menos importância. No entanto, a oração é uma necessidade imprescindível e imperiosa, é um ato que nos dignifica, conforta e consola a nossa alma, preservando-nos do mal.

Fonte: Livro “Assim deveis rezar” de “Mariófilo”, via AASCJ




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