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São Tomé, o Apóstolo de Cristo, esteve no Brasil?

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Aleteia Brasil - publicado em 03/07/17
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Há quem o identifique com um certo “Sumé” relatado por antigas tradições indígenas

São Tomé no Brasil?

Depois que os portugueses chegados ao Brasil começaram a se comunicar com as tribos locais, no século XVI, ouviram os índios falarem de um homem santo que tinham visto caminhar sobre as águas do mar e de uma grande Cruz que vinha diante dele. Esse homem tinha ensinado muitas coisas aos seus ancestrais e era por eles chamado de “Sumé”.

Alguns relatos históricos e indícios materiais embasam a teoria que identifica nesse homem ninguém menos que o Apóstolo São Tomé.

De fato, é tradição antiga entre os índios que aquele Apóstolo a quem chamavam Sumé tinha vindo ao Brasil e os ajudara a cultivar a terra. Sumé tinha ensinado os índios brasileiros a adorarem e servirem a Deus e não ao demônio, a não terem mais de uma mulher e a não comerem carne humana.

Do Rio Grande do Sul ao Maranhão, passando por São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Paraíba e Ceará, encontram-se vestígios, lendas e tradições que falam da suposta passagem de São Tomé pelo país.

Na Bahia, em uma praia do extremo sul de Salvador chamada precisamente São Tomé de Paripe, há uma fonte perene de água doce que brota de um penedo junto a certas pegadas: segundo a tradição, ali desceu São Tomé.

Perto de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, existe outro penedo que parece ter levado várias bordoadas: segundo os índios, elas foram impressas pelo bordão de São Tomé numa ocasião em que eles tinham resistido à doutrina ensinada pelo Apóstolo.

Quem foi São Tomé

Ele pertencia ao grupo dos Doze Apóstolos de Cristo, chamado pessoalmente por Jesus apesar das suas fraquezas e até mesmo crises de fé. A ele, Jesus disse uma das frases mais importantes de todo o Evangelho a respeito de Si mesmo:

“Tomé lhe disse: ‘Senhor, nós nem sabemos para onde vais. Como poderíamos saber o caminho?’. Jesus lhe disse: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim’” (Jo 14,6).

Tempos depois, quando Jesus apareceu aos Apóstolos após a Ressurreição, Tomé não estava presente. Mas o Mestre voltou a lhes aparecer oito dias depois:

“Os discípulos encontravam-se reunidos na casa e Tomé estava com eles. Estando as portas fechadas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: ‘A paz esteja convosco’. Depois disse a Tomé: ‘Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!’. Tomé respondeu: ‘Meu Senhor e meu Deus!’” (Jo 20,26-28).

Meditando sobre este episódio, o Papa São Gregório Magno comenta:

“A incredulidade de Tomé não foi um acaso; ela foi prevista nos planos de Deus. O discípulo que, duvidando da Ressurreição do Mestre, pôs as mãos nas Suas chagas curou assim a ferida da nossa própria incredulidade”.

Segundo a tradição oriental, São Tomé teria ido, depois do Pentecostes, evangelizar a Índia, onde morreu, martirizado, testemunhando a fé e o amor cristão.