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Combates prosseguem em Mossul, onde quase 20.000 civis estão bloqueados

mossul

Bram Janssen | AP

MOSUL,IRAQ: Mosul residents reach out for freshly baked cookies at a food distribution point inside western Mosul, Iraq, Tuesday, May 2, 2017. Thousands of people still live in the western part of the city where food is getting scarce due to fighting between Iraqi forces and the Islamic State group. Photo by Bram Janssen for AP

Agências de Notícias - publicado em 06/07/17

As forças iraquianas apoiadas pelos Estados Unidos combatem nesta quinta-feira os últimos extremistas entrincheirados na Cidade Antiga de Mossul, onde quase 20.000 civis permanecem bloqueados e em grande perigo.

Na Síria vizinha, os combatentes árabes e curdos sírios, igualmente apoiados por Washington, enfrentam a forte resistência do EI em Raqa, o principal reduto do grupo extremistas no país.

Mais de oito meses após o início da ofensiva para retomar Mossul do EI, os extremistas controlam apenas uma pequena parte da segunda maior cidade do país e as autoridades apostam em uma “vitória” em breve.

O grupo ultrarradical sunita, responsável por atrocidades nas zonas sob seu controle e por atentados em várias partes do mundo, havia conquistado em junho de 2014, em seu apogeu, vastos territórios no Iraque. Atualmente, sua presença se limita a poucas áreas no país.

Em seu último reduto em Mossul, na zona oeste da cidade, o EI resiste e lança seus suicidas, incluindo mulheres, contra as forças iraquianas.

Apesar da fuga de milhares de civis, “ainda pode ter 15.000 civis, inclusive 20.000, nos últimos redutos da Cidade Antiga, onde os jihadistas estão entrincheirados”, segundo indicou à AFP a coordenadora humanitária da ONU no Iraque, Lise Grande.

– Destruições –

Os combates com o grupo extremista são violentos e os civis bloqueados na área “correm muito perigo”, advertiu, considerando que “as condições em que vivem as pessoas bloqueadas nos pequenos focos (jihadistas) são terríveis”, com escassez de comida.

Os civis se encontram presos entre “entre bombardeios, fogo cruzado. Os combatentes (do EI) atiram contra os civis se eles tentam fugir”, disse Grande.

Em mais de 8 meses, cerca de 915.000 habitantes fugiram de Mossul. Destes, 700.000 seguem deslocados.

Lise Grande citou ainda destruições enormes na zona oeste de Mossul. “Há 44 bairros residenciais, seis foram completamente destruídos, 22 parcialmente e 16 pouco atingidos”.

As forças iraquianas se encontram, neste momento, a entre “80 e 100 metros” do rio Tigre, contra o qual os últimos extremistas estão encurralados, de acordo com o comandante iraquiano Abdelghani al-Assadi.

“Mas isso não significa que nós iremos alcançar o rio hoje ou amanhã, porque nosso avanço é muito lento”, afirmou, explicando que este ritmo se deve ao cuidado com os civis.

Na terça-feira, muito confiante, o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, elogiou as forças de segurança “pela vitória importante” contra o EI em Mossul.

– 224 civis mortos em Raqa –

A reconquista de Mossul seria a maior vitória do Iraque contra o EI desde o início das contra-ofensivas que reduziram significativamente os territórios dos extremistas.

Além disso, Mossul tem um significado simbólico para o EI, por ser onde o seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, fez sua única aparição pública em julho de 2014. Em junho, a Rússia afirmou que provavelmente matou Baghdadi em um bombardeio na Síria, mas ninguém confirmou sua morte.

No front sírio, os combatentes das Forças Democráticas Sírias (FDS), com o apoio dos ataques aéreos da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, tentam avançar na Cidade Antiga de Raqa, no leste da cidade, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

De acordo com esta ONG, ao menos 224 civis morreram nos bombardeios da coalizão desde a entrada, em 6 de junho, das FDS em Raqa. Mas o porta-voz da coalizão, o coronel americano Ryan Dillon, estimou que este número não tinha base em “informações detalhadas”.

As FDS receberam em Raqa um novo carregamento de armas americanas, incluindo veículos blindados, segundo o OSDH.

(AFP)

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