Aleteia logoAleteia logoAleteia
Terça-feira 26 Setembro |
Beato Boaventura (Júlio) de Puzol
Aleteia logo
Atualidade
separateurCreated with Sketch.

Sexo com robôs? Um surreal panorama com questões escabrosas

web woman robot love kiss De Willyam Bradberry:Shutterstock

Willyam Bradberry/Shutterstock

Gelsomino Del Guercio - publicado em 07/07/17

Já há empresas produzindo robôs sexuais destinados a usuários violentos e até mesmo pedófilos. Que resultados isso vai gerar?

O advento dos “robôs do sexo” já começou e, dentro de poucos anos, poderá tornar-se uma verdadeira invasão. Mas o mundo não está preparado para lidar com uma novidade dessa magnitude.

Este é o alerta lançado pela Foundation for Responsible Robotics, ou Fundação para a Robótica Responsável (FRR), uma entidade internacional que analisa questões éticas e morais relacionadas com a presença cada vez mais comum de máquinas inteligentes entre os seres humanos.

De fato, existem pelo menos quatro empresas que já produzem robôs bastante semelhantes a homens e mulheres, incluindo anatomia sexual e pele de silicone. Algumas dessas empresas pretendem lançar modelos capazes de falar e se mover. Uma eventual adoção em massa desses robôs, dizem elas, poderia baixar os seus custos, atualmente entre 5.000 e 15.000 dólares por “indivíduo”.

VANTAGENS E DESVANTAGENS

Tal revolução tecnológica traria “vantagens e desvantagens”, segundo um relatório da FRR publicado pelo Daily Telegraph de Londres em 5 de julho deste ano.

Nesse estudo, cujo título autoexplicativo é “Nosso futuro sexual com os robôs”, o professor Noel Sharkey, de Inteligência Artificial e Robótica na Universidade de Sheffield, tenta abordar, junto com alguns colegas, questões que são hoje consideradas “escabrosas”, para dizer o mínimo.

Segundo as previsões da FRR, esses instrumentos do prazer mecânico não serão mais considerados mero fetichismo dentro de dez anos, passando a ser aceitos em grande escala.

Seus possíveis “objetivos” incluiriam:

1) proporcionar “companhia” e terapia sexual a idosos, solitários e pessoas com deficiências;

2) permitir a casais geograficamente afastados manterem relações sexuais mediante o uso de robôs que “representassem fisicamente” o parceiro distante;

3) ouvir o robô falar com a voz do parceiro, para tornar a experiência mais “realista”;

4) oferta de prostituição em bordéis;

5) ajudar na reabilitação sexual de vítimas de abusos e traumas;

6) servir como terapia para pessoas com impulsos socialmente inaceitáveis, tais ​​como fantasias de violência sexual contra adultos e até crianças.

Isso mesmo: uma “válvula de escape” para pessoas com perturbações psicológicas “extravasarem”. Algumas empresas do setor já estão criando robôs sexuais com “personalidade tímida” ou “relutante”, a fim de que os seus proprietários possam forçá-los sexualmente. Um exemplo é a robô “Roxxxy Gold”, fabricada pela TrueCompanion, que pode ser transformada na personagem “Frigid Farah”. Outro caso, assustador para muita gente (ainda), é o da empresa japonesa Trottla, que começou a produzir uma boneca-robô de tamanho natural uniformizada como colegial: ela é destinada especificamente ao público pedófilo. O próprio fundador da Trottla, Shin Tagaki, assumiu que se sente atraído por menores, mas declarou nunca ter abusado de meninas precisamente porque, no lugar delas, usa bonecas-robôs (!)

“NÃO É UM ANTÍDOTO”

Alguns “observadores” acreditam que a oferta de tais produtos ajudaria a impedir estupros e abusos contra mulheres e menores, mas o relatório da FRR adverte para o exato contrário: essa popularização do sexo artificial, incluindo as suas facetas mais perversas, poderia aumentar ainda mais a incidência de abusos e de violência sexual contra pessoas de carne e osso.

Enfrentar a pedofilia usando robôs do sexo é uma ideia questionável e revoltante”, comenta Patrick Lin, professor de Ética e Robótica na California Polytechnic. “Imaginemos o que aconteceria se o racismo fosse ‘tratado’ mediante a oferta de robôs negros para serem maltratados e agredidos por pessoas brancas. Seria um antídoto contra o racismo? Provavelmente não”.

RISCOS ÉTICOS

Os robôs do sexo são um caso de estudo interessante para uma das principais questões da robótica”, diz a dra. Aimée van Wynsberghe, professora de Ética e Tecnologia na Universidade de Delft e uma das diretoras da FRR. “Que tipo de impacto será provocado sobre o usuário humano por esses companheiros robóticos? Essa ideia da perda de parâmetros morais nos levará a um desinteresse pela interação com outros humanos porque vai ser mais cômodo falar e receber gratificação sexual de um robô?”.

Tags:
Inteligencia emocionalSexualidadetecnologia
Apoiar a Aleteia

Se você está lendo este artigo, é exatamente graças a sua generosidade e a de muitas outras pessoas como você, que tornam possível o projeto de evangelização da Aleteia. Aqui estão alguns números:

  • 20 milhões de usuários no mundo leem a Aleteia.org todos os meses.
  • Aleteia é publicada diariamente em sete idiomas: inglês, francês,  italiano, espanhol, português, polonês e esloveno
  • Todo mês, nossos leitores acessam mais de 50 milhões de páginas na Aleteia.
  • 4 milhões de pessoas seguem a Aleteia nas redes sociais.
  • A cada mês, nós publicamos 2.450 artigos e cerca de 40 vídeos.
  • Todo esse trabalho é realizado por 60 pessoas que trabalham em tempo integral, além de aproximadamente 400 outros colaboradores (articulistas, jornalistas, tradutores, fotógrafos…).

Como você pode imaginar, por trás desses números há um grande esforço. Precisamos do seu apoio para que possamos continuar oferecendo este serviço de evangelização a todos, independentemente de onde eles moram ou do quanto possam pagar.

Apoie Aleteia a partir de apenas $ 1 - leva apenas um minuto. Obrigado!

PT300x250.gif
Oração do dia
Festividade do dia





Envie suas intenções de oração à nossa rede de mosteiros


Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia