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O que é a “síndrome dos filhos do divórcio”?

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Gelsomino Del Guercio - publicado em 17/07/17

Quando o pai ou a mãe deixa o núcleo familiar, os filhos desencadeiam várias reações físicas, emocionais e até alimentares

A separação dos pais é um sofrimento para a vida inteira dos filhos. Quem diz isso é Antonello Vanni, em Figli nella tempesta. La loro sofferenza nella separazione e nel divorzio” (Hijos de la tempestad. Su sufrimiento en la separación y el divorcio, Edizioni San Paolo).

Alguns psicólogos chamam este sofrimento de “síndrome dos filhos do divórcio”. Veja algumas das consequências da separação dos pais para os filhos:

Ansiedade e baixo sistema imunológico 

Nos adultos que sofreram o trauma da separação dos pais, a síndrome se manifesta – do ponto de vista psicológico – através da persistência da ansiedade, depressão, angústia, raiva e ressentimento. No que diz respeito ao ponto de vista físico, há um forte impacto negativo na qualidade do sistema imunológico, que fica mais exposto a patologias de diferentes tipos.

Relações difíceis

Do ponto de vista das emoções, a síndrome se caracteriza pelo desenvolvimento de medos, como por exemplo, medo do abandono, da traição, da exclusão e da rejeição. Isso, naturalmente, influencia nas relações: há uma capacidade menor de manter vínculos de amizade, de sentimentos ou relações matrimoniais baseadas no respeito e na confiança mútua. Não é por acaso que “os filhos do divórcio” têm uma tendência a construir famílias mais frágeis, geralmente destinadas a se romper, como aconteceu com seus pais.

Baixo rendimento escolar e laboral

Os prejuízos da síndrome são registrados também na vida escolar e na carreira profissional, com baixas aquisições de competências, faltas frequentes e maior abandono escolar, o que origina baixo nível acadêmico e laboral. O status econômico dos “filhos do divórcio”, na idade adulta, é menos vantajoso comparado ao alcançado por filhos de famílias intactas.

Crescer sem um pai amoroso

Estudos feitos pelo psicólogo e padre Cornelius Evans mostram que, em ambientes como escolas, universidades, locais de trabalho e famílias, o filho homem – depois de um divórcio que afastou o pai do núcleo familiar – cresce levando com ele um forte mal-estar emocional devido à falta de relacionamento com um pai presente e amoroso. O resultado: com o tempo, os filhos se tornam esquivos e solitários, ansiosos e fracos.

Raiva e depressão

O denominador comum desses casos de crianças, adolescentes e homens filhos de pais separados era uma profunda raiva, causada pela falta de compreensão dos reais motivos do afastamento do pai. Outro estudo do psicólogo Archibald Hart mostra que, além da raiva, uma característica comum é a depressão, com baixa autoestima e os consequentes problemas de comportamento.

A ausência do amor da figura paterna

Nas meninas, adolescentes ou adultas, crescer sem a figura paterna desencadeia sentimentos de abandono, baixa autoestima, tendência a iniciar precocemente a vida sexual e desconfiança nas relações com figuras masculinas. “Tudo o que eu mais queria era o amor de meu pai” são as palavras de uma mulher à psicóloga que queria resolver seus problemas.

Transtornos alimentares

A psicóloga Margo Maine demonstrou que o afastamento da figura paterna da família é uma das causas de transtornos alimentares, como a anorexia, a bulimia e as dietas obsessivas e desequilibradas. As filhas têm uma intensa necessidade de se sentir dignas do amor paterno, de receber sua aprovação e seu afeto. A ausência do pai faz com que elas se sintam sem valor e importância: o transtorno alimentar vem a culminar o vazio deixado pelo amor paterno.

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